Regulador europeu está avaliar riscos de novos efeitos adversos de vacinas

4 de Setembro 2021

A Agência Europeia do Medicamento está a avaliar o risco de desenvolvimento de síndrome inflamatória multissistémica e tromboembolismo venoso após a notificação de casos envolvendo a toma de vacinas contra a covid-19.

O anúncio foi feito hoje pelo regulador (EMA, na sigla em inglês).

O Comité de Segurança da EMA está a analisar informação disponível sobre o caso de um jovem de 17 anos, na Dinamarca, que desenvolveu síndrome inflamatória multissistémica, uma inflamação generalizada que afeta vários órgãos, depois de ter recebido a vacina do consórcio Pfizer/BioNTech, mas que já “recuperou por completo”.

Outros casos de síndrome inflamatória multissistémica foram notificados, mas envolvendo outras vacinas.

O jovem dinamarquês chamou a atenção da EMA, uma vez que não tinha antecedentes de infeção pelo coronavírus que causa a covid-19, à qual tem estado associada a síndrome inflamatória multissistémica, afetando sobretudo crianças.

Segundo o regulador europeu do medicamento, não é claro que os casos reportados tenham uma relação direta com a administração da vacina, pelo que “nesta etapa não há alterações nas recomendações atuais” para o uso das vacinas contra a covid-19.

A EMA ressalva que a síndrome inflamatória multissistémica é rara e que a taxa de incidência estimada em cinco países europeus, antes da pandemia, era de dois a seis casos anuais por cada 100 mil pessoas em crianças e jovens com menos de 20 anos e menos de dois casos anuais por cada 100 mil pessoas em adultos com mais de 20 anos.

O Comité de Segurança da EMA está, ainda, a rever os dados sobre casos de tromboembolismo venoso (coágulos sanguíneos nas veias) em pessoas que receberam a vacina de dose única da farmacêutica Janssen, um procedimento que faz parte do controlo contínuo da segurança das vacinas contra a covid-19.

“O tromboembolismo venoso foi incluído no plano de gestão de riscos da vacina da Janssen como um problema de segurança a investigar, baseado na maior proporção de casos observados no grupo vacinado face ao grupo de placebo nos primeiros ensaios clínicos para autorizar esta vacina”, refere a agência, acrescentando que irá avaliar dados adicionais para aferir “mais a fundo” se existe uma relação causa-efeito entre a vacina e o tromboembolismo venoso.

LUSA/HN

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