Açores testam alunos da Terceira e São Miguel no regresso às aulas

7 de Setembro 2021

Os Açores vão fazer testes de despiste do SARS-CoV-2 apenas aos alunos das ilhas Terceira e São Miguel, onde já foi declarada transmissão comunitária, e acima do 2.º ciclo essa testagem será aleatória, revelou na segunda-feira o secretário da Saúde.

“O que está definido, para já, é que irá haver uma testagem a todos os alunos do primeiro e segundo ciclo nas ilhas onde houve ou há transmissão comunitária, isto é, na Terceira e em São Miguel, e também uma testagem aleatória aos alunos dos níveis superiores, que não tenham sido vacinados. Isto decorrerá durante o primeiro período até ao Natal”, avançou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.

O governante falava, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião entre membros das secretarias da Saúde e da Educação, para definir os critérios de combate à pandemia de Covid-19 nas escolas, no próximo ano letivo.

No continente português, foi determinada a realização de rastreios, que vão abranger os professores e funcionários de todos os níveis de ensino e os alunos a partir do 3.º ciclo, entre 06 de setembro e 15 de outubro.

Segundo Clélio Meneses, nos Açores serão utilizados “teste de saliva” e o rastreio ocorrerá apenas em São Miguel e Terceira, porque são as ilhas onde “há um risco latente de haver mais algum tipo de contaminação”.

“Não há nada de extraordinariamente diferente na Educação do que aquilo que acontece na sociedade. Os alunos continuaram em contacto durante esse tempo todo em ATLs [ateliês de tempos livres], em convívios, em entidades sociais, recreativas, culturais… Vão continuar durante este tempo. O que há é uma atitude de ir controlando e rastreando com esta proteção que está desde logo garantida pela vacinação”, justificou.

Já os professores e funcionários não serão testados, “porque é uma população que está à partida vacinada, que está protegida”, explicou o secretário regional da Saúde.

“Nem faria sentido estarmos a impor medidas restritivas que aconteceram num tempo em que não havia vacinação. A proteção agora faz-se através da vacinação”, acrescentou.

Quanto ao uso de máscara em espaços fechados, será “obrigatório” até que a região atinja, de modo global, “85% de população vacinada”.

No que diz respeito à “identificação de casos positivos e identificação de contactos” nas escolas, serão replicadas as medidas que já estão em vigor para a restante sociedade.

Segundo a secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro, a redução das imposições às escolas vai permitir que possam “ir paulatinamente progredindo para um regime de maior normalidade”.

“Esperamos que não seja necessário, quer com estes planos, quer com a vacinação massiva da nossa população, voltarmos a regimes de ensino à distância, mas nós preparámo-nos, inclusivamente ao nível de material informático, no que concerne ao ensino à distância, para, a ser necessário, termos outras condições para arrancarmos”, assegurou.

Os critérios de determinação de isolamento profilático e testagem, em caso de contacto com pessoas com infeção por SARS-CoV-2, nos Açores, são diferentes para vacinados e não vacinados, como anunciou o secretário regional da Saúde, na semana passada.

Os contactos considerados de alto risco que tenham vacinação completa contra a Covid-19 “não necessitam de efetuar isolamento profilático”, mas deverão “ser colocados em autovigilância, reforçando as medidas preventivas, como o uso de máscara, a higienização, desinfeção e distanciamento de segurança”.

Essas pessoas serão testadas “na data da identificação como contacto e também ao sétimo ou oitavo dia, após o último contacto com o caso positivo” e se o resultado for negativo, mantêm-se em autovigilância “até perfazer 14 dias”.

No caso de o contacto de alto risco não estar vacinado, “fica colocado em isolamento profilático durante 14 dias”, realizando também testes no dia de identificação e ao 7.º ou 8.º dia.

Se os dois testes tiverem resultado negativo, “pode ser levantado o isolamento ao 10.º dia”.

Já nos contactos de baixo risco, quem tiver a vacinação completa contra a Covid-19, “fica apenas em autovigilância sem necessidade de rastreio”.

Quem não tiver vacinação completa, também fica em autovigilância, mas “realiza teste na data de identificação e ao 7.º ou 8.º dia”.

LUSA/HN

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