Projeto vai testar inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico

13 de Setembro 2021

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) integram um projeto que visa desenvolver novos algoritmos para testar o uso da inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico, foi esta segunda-feira anunciado.

Em comunicado, a FCUP esclarece que o projeto, liderado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), reúne especialistas da área da inteligência artificial e visão computacional, como especialistas da área da gastrenterologia e endoscopia digestiva do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Nos próximos três anos, o projeto, financiado em 240 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), vai testar o uso da inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico.

O cancro gástrico é o “terceiro cancro mais mortal do mundo”, salienta a FCUP, acrescentando que o rastreio minimamente invasivo e a endoscopia gastrointestinal têm um papel primordial para o diagnóstico precoce, mas que devido a fatores técnicos e cognitivos “o risco de um falso diagnóstico causado por erro humano é possível”.

Citado no comunicado, Miguel Coimbra, docente da FCUP e investigador do INESC TEC, afirma que o objetivo do projeto, intitulado CAGED, é “criar tecnologias baseadas em visão computacional para analisar de forma automática vídeos e imagens obtidos através de endoscopias gastrointestinais não invasivas”.

O líder do projeto acrescenta ainda que a visão computacional tem “o potencial de mitigar as limitações existentes atualmente, ao fornecer ferramentas de avaliação automáticas da endoscopia que não só podem apoiar os médicos na deteção e caracterização de lesões de cancro gástrico, como podem monitorizar a própria qualidade da endoscopia efetuada”.

Também Mário Dinis-Ribeiro, diretor do Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), salienta que a observação por endoscopia “certamente terá melhorias com a adição de inteligência artificial”.

“A qualidade da endoscopia em Portugal é muito boa, mas em todo o mundo a procura da melhoria no ensino e na prática está a fazer-se também através da inteligência artificial”, refere Mário Dinis-Ribeiro, que também lidera o projeto.

Nesse sentido, os investigadores estão a desenvolver um conjunto de novos algoritmos de inteligência artificial que vão integrar um protótipo a ser testado no Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto.

Nesta primeira fase decorre a recolha de um conjunto de dados que vão integrar a base da construção do protótipo.

LUSA/HN

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