Ex-aluna da UMinho cria tecnologia que reduz efeitos da menopausa

17 de Setembro 2021

Filipa Fernandes, ex-aluna da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, criou uma t-shirt que atenua os efeitos da menopausa. A tecnologia já foi aprovada pelo Infarmed e chega agora ao mercado.

O tecido tem um revestimento estampado que regula a temperatura corporal da mulher, evitando que esta tenha afrontamentos, retenções de líquidos, alterações de humor, insónias e mal-estar.

A tecnologia chega ao mercado após dois anos de testes em laboratório e em contexto real, segundo o comunicado de imprensa da Universidade do Minho, onde Filipa Fernandes fez o mestrado integrado em Engenharia de Materiais e investigou, desde 2010, em projetos do Centro de Física, do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, do Centro de Território, Ambiente e Construção e do Centro de Engenharia Biológica.

“Muitas senhoras que testaram surpreenderam-se com os benefícios de utilizar apenas esta t-shirt para reduzir os sintomas da menopausa, dizem que a sua vida se tornou mais agradável e confortável”, contou Filipa Fernandes. Quando a cientista decidiu testar a inovação em mulheres em tratamento para o cancro ou que tinham tido essa doença, funcionou de novo. “Algumas senhoras quiseram retirar a medicação habitual para o teste ser total e, no final, não voltaram a precisar de parte dela, por indicação do médico”, referiu.

Filipa Fernandes considera os resultados das suas amostras “excelentes” face a estudos similares em revistas científicas internacionais e deve prosseguir as pesquisas. “Não estamos a tratar o cancro, mas estamos claramente a contribuir para uma melhor qualidade de vida das pacientes.”

Designada RT, a tecnologia aparece, na t-shirt, sobretudo na zona do tórax e da coluna, sendo baseada em silicone medicinal e em materiais de mudança de fase, isto é, que permitem manter a temperatura corporal (36.5º C, em média), independentemente da temperatura ambiente. “A RT armazena e liberta grandes quantidades de energia, como absorver calor durante o dia e libertá-lo à noite”, explicou Filipa Fernandes. Aquele revestimento é programado para determinada temperatura e força o organismo humano a mantê-la. Na prática, ajuda o corpo na sua ação perante o calor (vasodilatação) e o frio (vasoconstrição). Este sistema de termorregulação provou ser bastante eficaz face a afrontamentos. Numa situação normal, estas repentinas sensações de calor no peito e na cara da mulher estender-se-iam aos poucos pelo resto do corpo, podendo provocar suor excessivo.

A tecnologia RT é versátil e pode ser aplicada a diversos produtos e contextos, como segurança, saúde, desporto e turismo, lê-se no comunicado. “O novo material também é antifúngico e antimicrobiano, logo as possibilidades são imensas”, disse Filipa Fernandes.

PR/HN/Rita Antunes

 

 

 

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