Wall Street fecha em alta com investidores animados com comprimido anti-Covid

2 de Outubro 2021

A bolsa nova-iorquina encerrou em alta franca, com os investidores entusiasmados com o anúncio de um comprimido contra o novo coronavírus, que se impôs às preocupações com a inflação e à crise no Congresso dos EUA.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average progrediu 1,43%, para os 34.326,46 pontos, o tecnológico Nasdaq ganhou 0,82%, para as 14.556,70 unidades, e o alargado S&P500 valorizou 1,15%, para as 4.357,04.

Os investidores retiveram o anúncio do laboratório farmacêutico norte-americano Merck, cujos ensaios clínicos sobre o comprimido anti novo coronavirus, designado molnupiravir, mostraram que reduzia em 50% o risco de hospitalização ou de morte.

O grupo, que se designa por MSD fora dos EUA, tenciona pedir “assim que for possível” uma autorização de urgência para a sua colocação no mercado.

“Muitas pessoas, e não apenas investidores, esperam um medicamento contra o novo coronavirus”, comentou Kim Forrest, responsável pelos investimentos na sociedade de gestão Bokeh Capital Partners, que atribuiu o essencial da subida de hoje em Wall Street à Merck.

Para esta operadora, o avanço dos índices teria sido ainda mais consequente na ausência “de outras coisas que pesam no mercado”, essencialmente a inflação e o piasse no Congresso.

Democratas e republicanos não se entendem sobre a subida do nível da dívida federal, o que ameaça colocar o país em incumprimento inédito em 18 de outubro.

Nas últimas horas, as taxas das obrigações do Tesouro cujo prazo de vencimento caia imediatamente a seguir a este prazo subiram, o que foi visto como um sinal de que os investidores estão nervosos e procuram desembaraçar-se destes títulos.

Outro elemento que desagradou aos investidores foi a divulgação de uma taxa de inflação muito elevada (4,3% em termos anuais), pelo Departamento do Comércio.

Em termos mensais, a aceleração dos preços foi superior às expectativas. Mas para Karl Haeling, do banco LBBW, este é um número um pouco antigo, relativo a agosto, cujo impacto junto dos investidores, por este motivo, foi moderado.

Aliás, as taxas dos rendimentos dos empréstimos do Estado norte-americano prosseguiram a descida, sinal de que os receios ligados à inflação passaram, pelo menos por algumas horas, para segundo plano. Depois dos 1,50% da véspera, evoluíam hoje nos 1,46%.

Para Art Hogan, responsável pela estratégia da National Securities, alguns indicadores macroeconómicos contribuíram também para ajudar a bolsa antes do fim de semana.

Entre estes, o índice de confiança dos consumidores, estabelecido pela Universidade do Michigan, que subiu em setembro e acima do antecipado.

Na parte das ações, o título da Merck, que conheceu uma sessão fausta, com uma valorização de 8,37%, influenciou numerosas empresas.

Já o fabricante de vacinas contra o novo coronavirus, o laboratório Moderna, sofreu acentuadamente, ao perder 11,37%, depois de ter conhecido uma valorização estratosférica desde há um ano

Ao contrário, a brilhar estiveram os títulos das empresas de cruzeiros – Norwegian Cruise Line (5,93%), Carnival Corporation (4,32%) e Royal Caribbean (3,80%) – e do transporte aéreo, casos de United Airlines (7,86%), American Airlines (5,51%) ou Delta Air Lines (6,50%).

Para Art Hogan, a perspetiva de um possível medicamento contra o novo coronavirus “muda a maneira como as pessoas veem o ritmo de reabertura” da economia.

A tendência de otimismo estendeu-se aos ‘papéis’ da Disney, penalizada pela pandemia, que a forçou a encerrar os seus parques, que fecharam em alta de 4,04%.

LUSA/HN

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