Bloco de Esquerda quer explicações sobre falta de profissionais no Centro Hospitalar de Leiria

12 de Outubro 2021

O Bloco de Esquerda (BE) quer explicações do Ministério da Saúde sobre a falta de profissionais no Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e perguntou ao Governo, liderado pelo PS, se tem medidas previstas para a resolução deste problema.

Numa pergunta entregue na Assembleia da República e dirigida ao ministério de Marta Temido, o BE refere ter tido conhecimento pela comunicação social “de que existem cerca de 50 médicos especialistas em falta” no CHL, nas áreas da Ortopedia, Cirurgia, Medicina Interna e Ginecologia/Obstetrícia, o que “tem um impacto direto na capacidade de resposta do Serviço de Urgências”.

“Estes problemas sentidos em várias especialidades não são, infelizmente, novos”, salienta o Bloco, adiantando que já motivaram questões por parte do seu grupo parlamentar, “nomeadamente acerca dos longos tempos de espera nas urgências e sobre a falta de profissionais no CHL”.

Segundo o BE, “esta unidade passou de servir 250 mil habitantes para cerca de 400 mil, uma vez que passou a ser o hospital de referência para mais concelhos, como é o caso de Pombal, Alcobaça e Ourém”.

O partido alertou que, “se nada for feito pelo Governo e a política vigente continuar a ser uma de anúncios e falsas promessas, o hospital de Leiria terá muitas dificuldades em dar uma resposta a esta população”.

“Diariamente recorrem a esta urgência cerca de 350 utentes e, com o número de especialistas existentes, é verdadeiramente difícil garantir uma resposta atempada”, admitiu na pergunta, assinalando, ainda, que, “por vezes, na escala da urgência, na Ortopedia, não há médicos escalados”.

Para o BE, a realidade do CHL “é facilmente comparável com a que agora se discute relativamente ao Centro Hospitalar de Setúbal”, que, “neste momento, possui 97% do seu corpo diretivo demissionário”.

Na pergunta, os deputados Moisés Ferreira e Ricardo Vicente observaram que o BE “tem constantemente alertado o Governo e proposto medidas para a resolução atempada destes problemas que afetam as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, mas o executivo “tem, ou estado aliado à direita na rejeição das propostas do Bloco, ou então não cumpre aquilo a que se compromete”.

Defendendo ser “necessária a concretização da autonomia administrativa e financeira” do CHL que, “aliás, já tinha sido anunciada pelo Governo”, os parlamentares sustentaram que aquela permitirá a esta unidade hospitalar “proceder à contratação de profissionais sem depender de autorização do Ministério da Saúde ou do Ministério das Finanças”.

“É uma medida sensata e que é urgente ser aplicada”, defendeu o BE, considerando ser “inadmissível que, agora que a pandemia acabou e é necessário reerguer e reforçar o SNS, estes tipos de notícias sejam conhecidos quase todos os dias”.

Na pergunta, os deputados bloquistas querem saber qual a posição do Ministério da Saúde em relação à falta de profissionais no CHL e se o Governo tem alguma medida prevista para a sua resolução.

O partido questionou também se a tutela tem “conhecimento do real impacto no serviço de urgências” da falta de profissionais e se o executivo entende a necessidade de garantir a autonomia administrativa e financeira do CHL, quer de outros centros hospitalares.

Na semana passada, após uma reunião com diretores clínicos e administração do Centro Hospitalar de Leiria, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, denunciou que faltam 50 especialistas nas áreas da Ortopedia, Cirurgia, Medicina Interna e Ginecologia/Obstetrícia, com impacto no serviço de urgências do CHL.

LUSA/HN

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