Auditoria destaca capacidade de antecipação da Madeira no combate à pandemia

28 de Outubro 2021

A Madeira revelou capacidade de antecipar a pandemia da Covid-19 mesmo antes de surgir o primeiro caso em Portugal e as autoridades desenvolveram um trabalho eficaz, sem alarmar a população, conclui uma auditoria cujos resultados foram apresentados esta quinta-feira.

“Desenvolvemos este trabalho de auditoria entre junho e agosto deste ano”, disse uma das responsáveis pela avaliação efetuada pela Cunha Vaz Associados, divulgada no Funchal.

Inês dos Santos adiantou que o objetivo foi “fazer uma análise às ferramentas, instrumentos e comunicação de forma interna e externa que a Secretaria Regional de Saúde [da Madeira] implementou no âmbito da pandemia e também a todos os serviços de saúde da região”.

A responsável destacou que uma das principais conclusões deste trabalho foi aferir a capacidade de as autoridades regionais “anteciparem a questão da pandemia muito antes de haver o primeiro caso de covid-19 em Portugal”, que aconteceu no princípio de março de 2020.

“Houve capacidade de todos os serviços se prepararem para toda a gestão”, através do plano de contingência implementado e das formações, acrescentou.

Também realçou que a criação de uma ‘task force’ foi “fundamental” para a Madeira poder “antecipar este cenário de crise, definir as principais linhas orientadoras e de toda a comunicação”.

Inês dos Santos enfatizou que as autoridades madeirenses “conseguiram de alguma forma também envolver melhor a população, sem a alarmar”.

No entender dos auditores, na Madeira, houve “uma boa gestão no sentido de anteciparem” a pandemia e, mesmo antes do primeiro caso de covid-19 em Portugal, “já estavam a trabalhar bastante”, havendo uma equipa e entidades de saúde “exclusivamente dedicada a planear toda essa gestão e com decisões governamentais”, sublinhou.

Entre vários aspetos, o relatório da auditoria aponta que a gestão da pandemia efetuada “contribuiu para a mudança da imagem pública dos Serviços de Saúde, para 90,6% dos inquiridos” nesta avaliação e que o recurso a especialistas em saúde “é importante para credibilizar mensagens (90,6%)”.

Mas, indica que, de forma generalizada, a comunicação interna, “que é considerada eficaz”, pode ainda ser melhorada, recomendando o “reforço de ferramentas úteis”, como uma campanha de agradecimento aos profissionais mobilizados na luta contra a Covid-19 e que “acompanharam diariamente a população ao longo da pandemia”.

O desenvolvimento de uma ‘Newsletter online’ regular com informação atualizada sobre as principais atividades que estão a ser desenvolvidas pelos serviços de saúde da Madeira, a promoção de atividades motivacionais de grupo para assinalar a fase de retoma à normalidade na região e a organização de eventos internos para todos os colaboradores de índole desportiva ou cultural são outras sugestões deixadas na auditoria.

A avaliação aferiu que, “durante a gestão da pandemia, a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil e os serviços sob a sua tutela mantiveram uma comunicação bastante ativa e fluida nos meios online, especialmente nas redes sociais”, indicando ser “importante mantê-la ativa”, mas tendo em conta que parte da população não tem acesso a estas plataformas.

Por seu turno, o secretário da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, opinou que esta auditoria constitui “mais um marco neste período da abordagem da pandemia da covid-19” e frisou que o Governo adotou sempre uma posição proativa.

O governante ainda realçou que “tiveram sempre em atenção a comunicação”, que é essencial ser facultada às pessoas “com rigor e responsabilidade” numa situação de exceção e de confinamento.

Depois da abordagem à pandemia com reforço de meios humanos, técnicos e de instalações e decisões governamentais de combate, a Madeira passou à fase de vacinação.

“Vacinamos com a velocidade que pretendíamos e atingimos já os quase 85% da vacinação completa”, vincou o governante, assegurando que a região tem “vacinas em número suficiente”, estando a efetuar terceira inoculação nos grupos definidos.

LUSA/HN

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