Quénia alerta para risco de conferência ignorar países africanos

1 de Novembro 2021

O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, lamentou esta segunda-feira que os países africanos estejam em risco de não verem as suas circunstâncias especiais discutidas na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow.

Na sua intervenção na Cimeira de Líderes Mundiais, o chefe de Estado queniano assumiu a missão de “amplificar a voz de África do Sul mundial” enquanto o país for membro do Conselho de Segurança da ONU, nos próximos dois anos.

“Por toda a África, vulnerável ao impacto das alterações climáticas, os países já estão a sofrer danos de uma dimensão crescente e com maior frequência”, afirmou.

Por isso, manifestou-se “profundamente preocupado” por um ponto na agenda da conferência sobre as necessidades especiais e circunstâncias de África não ter sido adotado, apelando ao presidente da COP26, Alok Sharma, a intervir.

Kenyatta chamou a atenção para a vulnerabilidade e baixa capacidade de adaptação dos países em desenvolvimento, cujos custos económicos com a perda e danos em 2030 foi estimado entre 290 mil milhões e 580 mil milhões de dólares, e pediu “maior ambição” e esforços no financiamento para medidas de mitigação e adaptação.

As alterações climáticas, avisou, estão a “aumentar e a complicar novos e velhos conflitos” e o próprio país tem sido afetado por grandes inundações e secas, resultando numa perda anual de 3% a 5% do Produto Interno Bruno (PIB).

Ainda assim, o Quénia está a implementar um plano para combater o aquecimento global, como acelerar a reflorestação até pelo menos 10% do território e atingir 100% de energia renovável em 2030, graças aos grandes projetos de energia geotérmica e eólica.

“O Quénia está a cumprir a sua parte, mas estes são pequenos passos se tivermos em conta a enormidade do desafio”, afirmou, receando que as “expectativas elevadas” com que chegou a Glasgow não sejam cumpridas.

O Presidente queniano falava numa sessão de declarações nacionais, abertas a todos os chefes de Estado ou chefes de governo presentes, sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.

As intervenções, que começaram com cerca de uma hora de atraso e estão a ultrapassar os três minutos previstos, decorrem paralelamente em duas salas, prolongando-se até terça-feira.

LUSA/HN

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