Mamografia com tecnologia de compressão mamária controlada pela mulher disponível em Lisboa

8 de Novembro 2021

A clínica Affidea Lisboa - República disponibiliza, pela primeira vez no país, a tecnologia de compressão mamária controlada pela mulher, desenvolvida pela GE Healthcare.

O sistema de mamografia Senographe Pristina integra a capacidade de compressão assistida DuetaTM, que permite à utente controlar a compressão aplicada na mama, auxiliando na gestão da ansiedade e da dor e mantendo a excelência da qualidade de imagem.

Segundo diferentes estudos, existe uma grande variabilidade na assiduidade à mamografia, dependendo da unidade de saúde onde os exames são realizados, pelo que a procura de soluções para melhorar a experiência das utentes pode ser uma forma de aumentar o número de mulheres que aderem ao controlo mamográfico.

O receio da dor é uma das principais causas de adiamento do exame. Sete estudos realizados nos Estados Unidos, que analisaram 5.741 doentes, referem que a dor na mamografia leva a que 46% das mulheres sem sintomas não façam o exame novamente.

A principal vantagem do sistema instalado na Affidea Lisboa – República e desenvolvido pela GE Healthcare é permitir que a mulher participe no processo, através do ajuste de compressão pela própria. Segundo Jorge Ferreira, médico radiologista da Affidea, o facto de a utente participar no exame “diminui a sensação de dor, promovendo a sua adesão à realização deste exame de prevenção do cancro da mama”.

“Com esta tecnologia disponível em Portugal, continuamos a avançar no nosso objectivo geral de saúde de precisão, bem como a proporcionar uma melhor experiência tanto ao doente como ao técnico que controlam o sistema e ao radiologista que lê a imagem”, diz Rui Costa, diretor-geral, GE Healthcare Portugal.

Jorge Ferreira explica que o sistema “não aumenta o tempo do exame, uma vez que o técnico tem integrado este procedimento no seu fluxo de trabalho”. Para garantir a eficácia do exame, é fundamental que o profissional realize a primeira compressão, permitindo que a mulher faça um ajuste final, por meio de um controlo remoto manuseado por ela. O mamógrafo Pristina possui um limite máximo de compressão para que a utente não fique com nenhuma lesão e um grau de compressão mínima para que a qualidade da imagem não seja comprometida.

Um estudo com Senographe Pristina, realizado com 548 utentes, no Institut de Cancérologie de Lorraine (França), indica que a força de compressão é maior quando se utiliza o sistema assistido, a dor significativamente menor e não houve efeitos adversos ou diferenças na qualidade da imagem em comparação com mamografias convencionais.

Em Espanha, no Hospital del Mar de Barcelona, foi também realizado um estudo, apresentado no IV Congresso Espanhol da Mama em 2019, que mostra o seguinte: 64,9% das utentes preferem mamografia assistida por compressão; 52,9% acreditam que este sistema é menos doloroso do que o modo convencional; 54,4% consideram que se sentiriam mais confortáveis no seu próximo exame se fosse realizado com compressão assistida; 70,4% recomendariam o sistema a familiares e amigos.

Após a análise de 1.096 imagens mamográficas realizadas com compressão assistida, considerando a espessura, força de compressão e dose glandular média, percebeu-se que não há diferenças significativas de qualidade em relação às mamografias convencionais.

Na mesma linha, um estudo prospetivo realizado com 100 utentes no Gustave Roussy Cancer Institute (França) conclui que 74% das mulheres teriam maior probabilidade de realizar o exame mamográfico se utilizassem o sistema de compressão assistida.

PR/HN/Rita Antunes

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