Agência Europeia do Medicamento revê dados sobre a utilização do antiviral molnupiravir

9 de Novembro 2021

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou esta segunda-feira que está a rever os dados disponíveis sobre a utilização do medicamento antiviral molnupiravir, de forma a apoiar as autoridades nacionais, caso decidam usá-lo no tratamento contra a Covid-19.

Num comunicado publicado no ‘site’ oficial na Internet, a EMA explica que concordou, em conjunto com os Chefes das Agências de Medicamentos (HMA), “com a necessidade de orientações adicionais sobre os tratamentos Covid-19, no seguimento do aumento das taxas de infeção e mortes por Covid-19 em toda a União Europeia (UE)”.

“Para o efeito, a EMA está a rever os dados disponíveis sobre a utilização do medicamento molnupiravir, de forma a apoiar as autoridades nacionais, caso estas decidam utilizar este medicamento para o tratamento da Covid-19, antes da sua autorização efetiva”, adianta.

O molnupiravir destina-se a ser tomado duas vezes por dia durante cinco dias por pessoas que estejam em casa com covid-19 ligeira a moderada e que tenham pelo menos um fator de risco de poder desenvolver doença grave.

“Embora a avaliação contínua mais abrangente esteja em andamento antes de um possível pedido de autorização de introdução no mercado, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA, irá fornecer recomendações para todos os países da UE no mais curto espaço de tempo possível, de forma a ajudar as autoridades nacionais a decidir sobre o possível uso precoce do medicamento, por exemplo, através de uma autorização de utilização de emergência”, lê-se.

O molnupiravir é um medicamento antiviral oral desenvolvimento por Ridgeback Biotherapeutic e Merck.

Inicialmente concebido como uma potencial terapia da gripe e com financiamento do governo americano, este medicamento foi reorientado em 2020 por investigadores da Universidade Emory, no estado da Geórgia, para um possível tratamento da Covid-19.

A ação do molnupiravir visa uma enzima que o SARS-CoV-2 usa para se reproduzir, inserindo erros no seu código genético que retardam a capacidade de se espalhar e tomar conta de células humanas. Essa atividade genética levou peritos independentes a questionar se o fármaco poderia eventualmente causar mutações conducentes a defeitos de nascença ou tumores, mas a Merck frisou que o fármaco é seguro quando utilizado segundo as instruções.

A farmacêutica anunciou ainda em outubro a sua permissão para que outros fabricantes possam produzir o seu comprimido, numa tentativa de ajudar milhões de pessoas em países mais pobres e com pouco acesso às vacinas.

O Medicines Patent Pool, um grupo apoiado pelas Nações Unidas, revelou que a Merck não vai receber ‘royalties’ por este acordo enquanto a Covid-19 for considerada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde.

De acordo com os especialistas, um comprimido antiviral que reduz sintomas e acelera a recuperação pode revelar-se essencial no combate à pandemia, ao aliviar a sobrecarga dos hospitais e ajudar a travar surtos em países mais pobres e com sistemas de saúde frágeis.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.047.055 mortes em todo o mundo, entre mais de 249,76 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.209 pessoas e foram contabilizados 1.098.125 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

LUSA/HN

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