Ordem dos Médicos são-tomenses não apoia a greve anunciada pelos sindicatos de saúde

11 de Novembro 2021

O bastonário da Ordem dos Médicos são-tomenses, Celso Matos, disse hoje que a organização não é apologista da greve anunciada pelos sindicatos da saúde, esperando que haja entendimento entre estes e o Governo.

“Esta questão está ainda ao nível dos sindicatos, embora apresentamos [ao Governo] os problemas que nós conhecemos de saúde, mas nós não somos apologistas da greve. Nós reconhecemos as razões dos sindicatos que estão a fazer o seu trabalho e nós respeitamos”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos, Celso Matos após o seu primeiro encontro com o chefe do Governo, Jorge Bom Jesus, desde a sua eleição em agosto.

O encontro acontece numa altura em que quatro sindicatos do setor da saúde anunciaram a paralisação geral do sistema nacional de saúde a partir de 22 de novembro, se o Governo não atender as várias reclamações da classe.

Celso Matos precisou que “a Ordem [dos Médicos] não é contra a greve”, afirmando que “esta não é a função da Ordem”, pois a função da organização é “defender a população no que tem a ver com os assuntos da saúde e que haja melhores condições de trabalho para os profissionais da saúde”.

“No entanto, a Ordem respeita que o sindicato busque a sua forma de reivindicação, mas nós, à partida, sabemos que uma greve afeta a população, mas nós reconhecemos que cada um tem o seu meio de reivindicação, mas tem que haver discussões para se chegar a um entendimento”, defendeu.

Matos afirmou que “certamente o Governo vai analisar a situação junto dos sindicatos e encontrar uma solução”.

O Governo prometeu, na terça-feira, abastecer ainda esta semana o sistema nacional de saúde com medicamentos e consumíveis, durante uma reunião com as direções dos órgãos da saúde, na sequência do anúncio de greve pelos sindicatos do setor.

Os sindicatos dos profissionais de saúde anunciaram, na sexta-feira, que perderam a confiança no Governo e vão avançar com uma greve no dia 22 de novembro para exigir “condições mínimas de trabalho” e garantia de medicamentos e consumíveis para o sistema.

Segundo a porta-voz dos sindicatos, Benvinda Vera Cruz, a decisão foi aprovada “unanimemente” durante uma assembleia geral realizada com os profissionais de saúde pertencentes aos sindicatos dos médicos, técnicos, enfermeiros e parteiras, e dos serviços gerais da saúde.

Os profissionais da saúde exigem credibilidade ao Governo na resolução das principais “reivindicações de sempre” que a classe tem apresentado, tendo citado a degradação das “condições de trabalho, a “falta de medicamentos e consumíveis” e os problemas no fornecimento energético hospitalar.

“Deem-nos essas condições mínimas para a gente trabalhar com dignidade”, apelou a presidente do sindicato dos médicos, Benvinda Vera Cruz, salientando que a falta de condições “já começa a stressar” os profissionais da saúde, que acabam por ser considerados “os culpados” e “crucificados por tudo” de mal que o sistema apresenta.

LUSA/HN

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