São Tomé e Príncipe tem vacinas disponíveis, mas a população não se quer vacinar

11 de Novembro 2021

São Tomé e Príncipe tem mais de duzentas mil doses de vacina disponíveis no programa nacional de vacinação, mas regista fraca adesão da população ao processo de vacinação, constituindo preocupação para as autoridades, segundo a coordenadora de vacinação.

“Nós notamos ultimamente uma baixa adesão a vacinação, o que nos preocupa bastante, visto que a doença ainda existe e nós temos que nos proteger”, disse a coordenadora do programa nacional de vacinação, Solange Barros, revelando que o país tem disponível 100 mil doses da Sinopharm,  79.200 da Johnson e Johnson, e 37 mil da Astrazeneca doadas hoje pelo governo português.

Solange Barros referiu que “o relaxamento da população” está associado aos “número de casos que diminuiu”, levando as pessoas a esquecerem “que pode haver outra vaga de covid-19”.

Outro fator que pode justificar a fraca procura pela vacina, é o facto de o Governo ter flexibilizado as medidas de restrição, permitindo que as pessoas que já receberam as duas doses de vacina possam frequentar atividades de lazer e espaços noturnos, como discotecas e concertos.

A medida anunciada pelo governo fez aumentar os anúncios de festas no país que apesar de conter o apelo para que as pessoas se façam acompanhar do cartão de vacina, na maioria das vezes não se verificam qualquer controlo a entrada para os recintos de festas.

Solange Barros exortou para que “haja o controlo das pessoas vacinadas” para que “nestes lugares só entrem realmente as pessoas com as duas doses, não com apenas uma dose” e apelou a “população para aderir a campanha de vacinação para a sua proteção e proteção de todos”.

Também a ministra do Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua pediu “a população para que colaborasse com o sistema de vacinação”, realçando que “todo esse processo é de grande esforço a nível da cooperação entre São Tomé e Príncipe e Portugal com os vários parceiros”.

“Nós contamos também com a disponibilidade por parte dos nossos cidadãos, junto com o pessoal de saúde para acorrerem aos centros de saúde e procederem ao processo de vacinação”, disse a ministra esta noite no aeroporto de São Tomé, na receção do terceiro lote de 37 mil doses de vacinas doadas por Portugal.

O embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Rui Carmo disse estar “certo que estas vacinas ajudarão a consolidar o processo de vacinação em curso em São Tomé e Príncipe, e traduzem, uma vez mais, a solidariedade de Portugal para com São Tomé e Príncipe nesta luta que é comum contra a pandemia da covid-19”.

Os dados de vacinação divulgados hoje pelas autoridades são-tomenses referem que 81.124 pessoas já receberam a primeira dose da vacina, enquanto 28.554 já receberam as duas doses.

O documento refere ainda que nas últimas 24 horas foram vacinadas 177 pessoas.

De acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o país não registou qualquer morte e casos nas últimas 24 horas.

Com os dados mais recentes, o arquipélago conta agora com 3.730 casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, entre os quais 56 óbitos e 3.646 recuperações da doença, das quais 5 nas últimas 24 horas.

O arquipélago lusófono conta ainda, oficialmente, com 28 casos sob vigilância na 37 na ilha de São Tomé.

Entre estes, 27 encontram-se em isolamento domiciliar e um está internado.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Anabela Oliveira: “Doença de Gaucher pode ter um amplo espetro de apresentações”

Num exclusivo ao HealthNews, a Dra. Anabela Oliveira, especialista em Medicina Interna do Hospital de Santa Maria, esclarece os contornos da doença de Gaucher. Uma patologia rara e hereditária, caracterizada pela deficiência de uma enzima, que provoca a acumulação de gorduras no organismo. Com um amplo espetro de manifestações e um diagnóstico por vezes tardio, a médica detalha os sinais de alerta, o acompanhamento multidisciplinar e os avanços terapêuticos que têm melhorado a qualidade de vida dos doentes

Fundação para a Saúde lança Manifesto contra centralização do acesso à doença aguda através da Linha SNS24

A Fundação para a Saúde divulgou um Manifesto intitulado “Sobre os serviços e cuidados de saúde a que temos direito”, que alerta para a crescente centralização da gestão do acesso aos cuidados de saúde em caso de doença aguda através da Linha SNS24, fenómeno que, segundo o documento, desvirtua o papel tradicional dos centros de saúde e do conceito de proximidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS) português. 

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights