Hospitais do Porto preparados para replicar planos adotados noutros picos de incidência

12 de Novembro 2021

Face ao aumento de novos casos de infeção, o Hospital de São João e o Hospital Santo António, no Porto, estão preparados para replicar os planos de contingência adotados noutros picos de incidência da pandemia da Covid-19, foi esta sexta-feira revelado. 

Em resposta à agência Lusa, fonte do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) revelou que, caso a situação pandémica em Portugal se agrave, aquela unidade hospitalar “replicará” o modelo adotado “noutros picos de incidência”.

“É provável que a razão ‘doentes internados e casos positivos na comunidade’ diminua graças à vacina”, afirmou, antevendo, no entanto, que o hospital se adaptará por fases.

“No pior cenário”, o Hospital Santo António deverá completar as vagas nas atuais enfermarias e unidades de cuidados intensivos dedicadas à covid-19.

Converter uma enfermaria de 25 camas (atualmente em “pousio”) em unidades de covid-19, bem como as enfermarias de medicina interna e infecciologia, será o passo seguinte, podendo posteriormente ser recrutados “profissionais de diferentes especialidades, com eventual prejuízo de outras atividades”.

Do mesmo modo, também o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) está preparado para, em caso de necessidade, “ativar o plano de contingência”, revelou à Lusa, Nelson Pereira, diretor do Serviço de Urgência do CHUSJ.

“Já estamos desde o último fim de semana a ter um aumento significativo de casos sobretudo no serviço de urgência. Certamente que vai acontecer nas próximas semanas”, afirmou.

Nelson Pereira salientou estar convencido, contudo, que esta vaga “não terá, de todo, as características das outras” e que o impacto sobre o sistema hospitalar “não será tão significativo”.

“O que nos assusta não é propriamente a covid-19, mas o comportamento social que está praticamente normalizado e o que isso está a fazer em termos de aumento das infeções respiratórias, que é notório, em oposição ao que aconteceu nos invernos passados”, revelou.

À Lusa, Nelson Pereira disse ainda que a afluência ao serviço de urgência de pessoas com outras infeções respiratórias aumentou 6% comparativamente a 2019, ao período pré-pandemia.

“O que nos preocupa é termos um inverno muito difícil por causa da Covid-19, mas com muitas infeções respiratórias, com maior pressão sobre os serviços de urgência e sobre os hospitais, num contexto de alguma disfunção da rede de urgência”, acrescentou.

A covid-19 provocou pelo menos 5.078.208 mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.234 pessoas e foram contabilizados 1.104.189 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

LUSA/HN

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