Os bloquistas contestaram assim a decisão anunciada na sexta-feira pela Câmara de Lisboa de encerrar a maioria dos centros de vacinação da capital – fica aberto apenas o da Ajuda – e abrir aquele que será, segundo o presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), o “maior centro de vacinação do país” na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações.
“A concentração do processo de vacinação num centro apenas é uma estratégia errada. A Câmara Municipal de Lisboa deverá assegurar vários pontos de vacinação espalhados pela cidade, mais próximos das populações”, defende a concelhia do BE de Lisboa, em comunicado.
Para os bloquistas, esta medida de concentrar a vacinação num único ponto ainda se torna mais “errada”, numa altura em que os números de casos de pessoas com Covid-19 “estão a aumentar exponencialmente de dia para dia”, em que surgiu “a nova estirpe ómicron” e em que “os especialistas insistem que se deve acelerar a vacinação nas pessoas idosas”.
“Não queremos ter o maior centro de vacinação do país, queremos vacinar pessoas e, para isso, a proximidade territorial é importante, tal como se foi demonstrando anteriormente por todo o país, especialmente em Lisboa. Este novo centro deveria servir para reforçar a capacidade dos centros já existentes e aos quais a população recorreu durante as primeiras fases da vacinação”, sublinham.
Face a isto, o BE de Lisboa “exige a reversão imediata da decisão de encerramento dos centros de vacinação” que funcionaram durante estes meses na capital, embora admita alternativas.
“É compreensível que alguns dos locais que têm funcionado para a vacinação regressem às associações e autarquias para os seus fins próprios (atividades culturais, desportivas ou outras). Mas será possível encontrar locais alternativos, descentralizados e de mais fácil acesso pela população”, defendem.
Esta medida também foi contestada no domingo pelos vereadores do PS na Câmara de Lisboa que consideraram “um erro” concentrar a vacinação contra a Covid-19 num grande centro no Parque das Nações e encerrar quase todos os restantes, exceto um.
Em resposta, fonte do gabinete de Carlos Moedas explicou que aquela foi uma decisão conjunta e articulada com a ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo] e “motivada pela indisponibilidade de cedência de alguns destes locais que estavam a ser utilizados”.
O gabinete do presidente da Câmara de Lisboa referiu ainda que nalguns dos espaços também não estavam “reunidas as melhores condições estruturais para assegurar a vacinação de inverno”.
O novo centro de vacinação do Parque das Nações, que será inaugurado na quarta-feira, vai funcionar no Pavilhão 4 da FIL, com 60 postos e uma capacidade para realizar até 9.000 inoculações contra a Covid-19 ou gripe por dia, indicou a autarquia.
LUSA/HN
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