Rui Moreira diz que TAP não tem “nenhuma utilidade” para a cidade do Porto

2 de Dezembro 2021

O presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, afirmou hoje, na sequência de dados divulgados sobre os voos da companhia aérea portuguesa a partir do Porto, que a TAP “não tem nenhuma utilidade” para a cidade.

Citado numa nota publicada no ‘site’ da Câmara do Porto, Rui Moreira afirma que a TAP “tem o seu ‘hub’ em Lisboa e, portanto, não tem nenhuma utilidade para a cidade do Porto, pelo contrário”.

“Faz parte da estratégia do Governo para a TAP, por muito que o Governo o esconda”, afirmou o autarca, acrescentando que a companhia aérea portuguesa é uma companhia “imperial” que tem como “única estratégia ser uma companhia de ‘hub’ e o seu ‘hub’ assumidamente é Lisboa”.

“Compreendemos perfeitamente que a TAP seja relevante para Lisboa e que Lisboa seja relevante para a TAP. Não gostamos é de estar a pagar a fatura disso e exigimos para a região um conjunto de recursos necessários para atrairmos outras companhias aéreas”, defendeu Rui Moreira.

O Jornal de Notícias avança hoje que a TAP representa 10% dos voos com destino a partir do Porto, ou seja, que só um em cada 10 passageiros que passa pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro é transportado pela companhia aérea portuguesa.

Os números do peso da TAP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro “não surpreendem” o autarca independente.

“Isto não nos admira. Não queremos cá a TAP, é melhor que não venha. Ainda por cima, a ligação Porto-Lisboa está cada vez pior”, salientou.

Rui Moreira disse ainda que vai exigir que o Governo providencie “os recursos necessários” para que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro possa “atrair voos diretos, nomeadamente intercontinentais”, que foram impedidos devido à pandemia da covid-19.

“É muito importante voltarmos a ter a Emirates, aumentarmos a frequência da Turkish, termos a United Airlines, a British Airways, a KLM. A TAP mais vale não vir e portanto poupar-nos essa desgraça, mas compensando naturalmente o Porto”, observou.

Para o independente, a compensação passa por “apoios, através do Turismo de Portugal” ou outros que permitam “garantir rotas para viajar diretamente sem ter de usar outros ‘hubs’”.

“Era melhor que a Área Metropolitana do Porto (AMP) se concentrasse em fazer exigências ao Governo, até porque a maior parte dos presidentes de câmara são da cor do Governo, no sentido de nos serem dados recursos, ao Turismo do Porto e Norte, para irmos buscar companhias aéreas. Isso é o que a AMP se deve concentrar em fazer”, defendeu Rui Moreira.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

APEF e Ordem dos Farmacêuticos apresentam Livro Branco da formação

A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) promove a 22 de novembro, em Lisboa, o Fórum do Ensino Farmacêutico. O ponto alto do evento será o lançamento oficial do Livro Branco do Ensino Farmacêutico, um documento estratégico que resulta de um amplo trabalho colaborativo e que traça um novo rumo para a formação na área. O debate reunirá figuras de topo do setor.

Convenções de Medicina Geral e Familiar: APMF prevê fracasso à imagem das USF Tipo C

A Associação Portuguesa de Médicos de Família Independentes considera que as convenções para Medicina Geral e Familiar, cujas condições foram divulgadas pela ACSS, estão condenadas ao insucesso. Num comunicado, a APMF aponta remunerações insuficientes, obrigações excessivas e a replicação do mesmo modelo financeiro que levou ao falhanço das USF Tipo C. A associação alerta que a medida, parte da promessa eleitoral de garantir médico de família a todos os cidadãos até final de 2025, se revelará irrealizável, deixando um milhão e meio de utentes sem a resposta necessária.

II Conferência RALS: Inês Morais Vilaça defende que “os projetos não são nossos” e apela a esforços conjuntos

No segundo dia da II Conferência de Literacia em Saúde, organizada pela Rede Académica de Literacia em Saúde (RALS) em Viana do Castelo, Inês Morais Vilaça, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, sublinhou a necessidade de unir sinergias e evitar repetições, defendendo que a sustentabilidade dos projetos passa pela sua capacidade de replicação.

Bragança acolhe fórum regional dos Estados Gerais da Bioética organizado pela Ordem dos Farmacêuticos

A Ordem dos Farmacêuticos organiza esta terça-feira, 11 de novembro, em Bragança, um fórum regional no âmbito dos Estados Gerais da Bioética. A sessão, que decorrerá na ESTIG, contará com a presença do Bastonário Helder Mota Filipe e integra um esforço nacional do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida para reforçar o diálogo com a sociedade e os profissionais, recolhendo contributos para uma eventual revisão do seu regime jurídico e refletindo sobre o seu papel no contexto tecnológico e social contemporâneo.

II Conferência RALS: Daniel Gonçalves defende que “o palco pode ser um bom ponto de partida” para a saúde psicológica

No âmbito do II Encontro da Rede Académica de Literacia em Saúde, realizado em Viana do Castelo, foi apresentado o projeto “Dramaticamente: Saúde Psicológica em Cena”. Desenvolvido com uma turma do 6.º ano num território socialmente vulnerável, a iniciativa recorreu ao teatro para promover competências emocionais e de comunicação. Daniel Gonçalves, responsável pela intervenção, partilhou os contornos de um trabalho que, apesar da sua curta duração, revelou potencial para criar espaços seguros de expressão entre os alunos.

RALS 2025: Rita Rodrigues, “Literacia em saúde não se limita a transmitir informação”

Na II Conferência da Rede Académica de Literacia em Saúde (RALS), em Viana do Castelo, Rita Rodrigues partilhou como o projeto IMPEC+ está a transformar espaços académicos. “A literacia em saúde não se limita a transmitir informação”, afirmou a coordenadora do projeto, defendendo uma abordagem que parte das reais necessidades dos estudantes. Da humanização de corredores à criação de casas de banho sem género, o trabalho apresentado no painel “Ambientes Promotores de Literacia em Saúde” mostrou como pequenas mudanças criam ambientes mais inclusivos e capacitantes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights