Hospital de Cantanhede alerta para necessidade de a saúde se “readaptar” à demografia

10 de Dezembro 2021

A presidente do Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC), em Cantanhede, alertou na quinta-feira para a necessidade de o sistema de saúde se “readaptar” à nova realidade demográfica.

Diana Vilela Breda falava à agência Lusa sobre a importância de se “trabalhar em rede” e de se “dar voz aos cidadãos, nomeadamente aos mais idosos”, após ter recebido um prémio pelo projeto “Hospital Amigo dos + Velhos”, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

“Em 2050, está previsto que Portugal tenha 1,4 milhões de pessoas com mais de 65 anos e com um índice de dependência elevadíssimo. Portanto, o sistema de saúde tem de se readaptar”, sublinhou.

“Estou a falar de 85% dos nossos utentes e, por isso, fazia sentido que nós os olhássemos e que, na verdade, os priorizássemos”, referiu.

Diana Vilela Breda destacou a relevância das políticas de “proximidade” com o utente e acima de tudo a importância de “construir pontes com outros setores, com o setor social, com os cuidados de saúde primários e com as câmaras municipais”.

“Todos nós temos um papel a desempenhar em complementaridade com a criação, e não em competição”, sublinhou.

O projeto “Hospital Amigo dos + Velhos” visa intervenções baseadas em boas práticas dirigidas aos idosos que são utentes do hospital.

Esta ação integra cerca de 25 iniciativas, nomeadamente a capacitação dos cuidadores informais, através de cursos gratuitos, intervenções de equipas multidisciplinares para melhorar a interação social dos idosos internados, promoção de visitas, entre outros.

De acordo com a presidente do Conselho Diretivo do Hospital de Cantanhede, um hospital “tem de articular com as outras estruturas”.

“Há uma equipa de técnicos nossos, técnicos de radiologia, diagnóstico e terapêutica que vão aos centros de saúde e a Instituições particulares de solidariedade social (IPSS), por exemplo, para realizar exames, eletrocardiogramas, consultas de dermatologia e ecografias”, explicou.

“Nós é que nos deslocamos aos locais, precisamente para que essas pessoas com maior dificuldade, por exemplo de mobilidade, estejam mais próximas”, acrescentou.

Esta é uma forma de “introduzir toda a rede na solução”, já que, neste caso, o município de Cantanhede participa também nesta iniciativa, no transporte dos técnicos do hospital para os centros de saúde e IPSS.

O projeto foi o vencedor na Categoria Saúde+, do concurso de Boas Práticas de Envelhecimento Ativo e Saudável na região Centro.

“Vencer não é mais do que a validação e confirmação de que estamos a dar os passos certos na necessária reinvenção das estruturas destinadas à prestação dos cuidados, numa ótica de maior humanização dos serviços e mais respeito pela individualidade da pessoa idosa”, concluiu.

LUSA/HN

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