Número de infetados com variante Ómicron na Madeira é indeterminado

21 de Dezembro 2021

O número de infetados com a variante Ómicron do vírus que provoca a Covid-19 na Madeira é indeterminado, admitiu esta terça-feira o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, que apela ao cumprimento das medidas de contenção adotadas pelo executivo.

“Em relação àquela situação de termos só um caso, provavelmente não temos só um caso, até porque 30% dos passageiros que chegaram à Madeira desde 01 de julho de 2020, cerca de 200.000, são provenientes do Reino Unido, onde esta variante tem já uma prevalência muito elevada”, disse.

E reforçou: “Naturalmente, não será só um caso que possa existir na Madeira porque é uma variante de grande transmissibilidade”.

O governante falava após uma reunião com um grupo de empresários do setor da restauração e diversão noturna, no Funchal, na qual participaram também o secretário regional da Economia, Rui Barreto, e representantes da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF).

Pedro Ramos explicou que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge já não tem capacidade para analisar todas as amostras que a região envia, fazendo-o de forma aleatória, pelo que admite a possibilidade de a variante Ómicron estar a alastrar-se no arquipélago.

Em 16 de dezembro, autoridades da Madeira reportaram a primeira infeção com a variante Ómicron, um caso importado do Reino Unido, tendo Pedro Ramos afirmado na altura que a situação era “perfeitamente expectável”.

Em relação à reunião com os empresários, o secretário da Saúde sublinhou o “reforço do compromisso” no cumprimento das medidas de contenção determinadas pelo Governo Regional, que entraram em vigor em 20 de novembro e obrigam à apresentação de certificado de vacinação e teste negativo antigénio para acesso à maior parte dos recintos públicos e privados.

Pedro Ramos disse que o objetivo é “reforçar a segurança sanitária e continuar a promover e a estimular a economia da Região Autónoma da Madeira”, alertando para o facto de o Governo da República se preparar para anunciar novas restrições no período de Natal e fim de ano.

O secretário da Economia, Rui Barreto, afirmou, por seu lado, que a Europa está a enfrentar uma “fase crítica” da pandemia, com vários países a avançar para medidas mais restritivas.

“Nós não queremos isso aqui, nós queremos manter a nossa economia em funcionamento”, disse, apelando à “responsabilidade” e ao “compromisso” da população e dos empresários dos estabelecimentos de diversão noturna, onde a “perigosidade” e o “risco de propagação” [do vírus] é maior.

E alertou: “Se tivermos de tomar medidas gravosas, não há mais meios financeiros para acudir [os empresários] da forma que fizemos até há bem pouco tempo”.

Rui Barreto indicou que as autoridades vão reforçar a fiscalização no período que decorre até ao fim do ano e manifestou-se satisfeito com o compromisso dos empresários de exigir aos clientes certificado de vacinação e teste negativo, situação quem tem sido descurada pela maioria dos estabelecimentos.

De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 250.000 habitantes, regista 1.353 casos ativos de Covid-19, com 44 doentes hospitalizados, num total de 16.184 confirmados desde o início da pandemia.

A região autónoma sinaliza também 123 óbitos associados à doença.

LUSA/HN

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