Em declarações à Lusa, após o Conselho de Ministros em que foi decidido reforçar as medidas de controlo da pandemia de Covid-19, o secretário-geral da AMRR, Marco Claudino, referiu que a “constante imprevisibilidade” na tomada de medidas dificulta o planeamento por parte das empresas estando já a levar a cancelamentos, sobretudo ao nível da restauração.
As medidas anunciadas pelo Governo, acrescentou, vêm impor um travão às empresas num momento em que começavam a ver “alguma luz ao fundo do túnel”, com o adicional de não obrigarem ao encerramento, mas de criarem novas restrições – o que as exclui dos apoios como o ‘lay-off’ simplificado ou o programa APOIAR.
No final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro anunciou que foi decidido antecipar para o dia 25 de dezembro o início do período de contenção que estava previsto começar em 02 de janeiro, tendo optado por reforçar algumas medidas.
Assim, os espaços comerciais passam a ter uma limitação de um cliente por cada cinco metros quadrados, os clientes passam a ter de apresentar um teste negativo no acesso a hotéis e alojamentos turísticos e nos dias 24, 25, 30 e 31 de dezembro e 01 de janeiro passa também a ser obrigatório um teste negativo à Covid-19 (antigénio feito em farmácia ou PCR) para acesso a restaurantes, casinos e festas de passagens ano.
Relativamente à limitação da lotação das lojas, Marco Claudino afirmou desconhecer a sustentação científica da medida e duvida da sua eficácia em evitar aglomerados de pessoas, lembrando o que sucedeu durante os largos meses em que esta medida esteve em vigor.
“No passado medidas deste género tiverem efeitos perniciosos porque levaram a aglomerações de pessoas à porta dos espaços comerciais”, referiu acrescentando que, no caso dos centros comerciais, acaba por se verificar uma dupla restrição o que penaliza as lojas que têm espaço para receber os clientes, mas a lotação do centro comercial impede-os de entrar.
“Não é uma medida justificada e há uma dificuldade que não pode ser escondida: nestes dois últimos anos estes espaços estiveram em grande parte ou encerrados ou com limitações de pessoas”, referiu para aludir às dificuldades que estas empresas enfrentam.
O secretário-geral da AMRR criticou também a “imprevisibilidade” das medidas que não tiveram em conta toda a logística instalada nos restaurantes, considerando que as novas restrições “vão acabar por levar a cancelamentos”.
Para Marco Claudino, nada o que aconteceu nestas últimas duas ou três semanas justifica as mudanças agora anunciadas.
LUSA/HN
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