Jair Bolsonaro enfatiza que a sua filha não será vacinada

28 de Dezembro 2021

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, garantiu hoje que a sua filha de 11 anos não será vacinada contra a covid-19, questão que para o mandatário gera "muitas dúvidas", dificultando a imunização de menores no país.

“Espero que não haja interferência da justiça, isso espero, porque a minha filha não vai ser vacinada. Que fique bem claro. Ela tem 11 anos”, enfatizou o chefe de Estado brasileiro ao chegar ao município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina (sul), onde será passado o Ano Novo.

O próprio Bolsonaro também garante que não foi vacinado contra a covid-19 e, em outras ocasiões, chegou a dizer que será o último brasileiro a fazê-lo.

A vacinação para crianças de 05 a 11 anos foi homologada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador) em 16 de dezembro de dezembro último, quando os seus técnicos aprovaram a vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer para essas idades.

Apesar da aprovação do órgão regulador, o Ministério da Saúde não quis incluir imediatamente os menores no plano nacional de imunização contra a covid-19 e indicou que daria a conhecer a sua decisão no início de janeiro.

Na opinião do ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, “não há pressa” em vacinar crianças, nem mesmo no momento em que a variante do Ómicron se começa a expandir pelo país.

Queiroga declarou ainda que a morte de crianças pela covid-19 Brasil está em “níveis aceitáveis”, afirmações que geraram uma profunda indignação nas associações médicas, que já registaram cerca de 2.500 mortes de menores de 11 anos devido ao novo coronavírus.

A intenção do Ministério é recomendar a vacina para menores nessa faixa etária, sem torná-la obrigatória, mas condicionada à apresentação de prescrição médica e consentimento dos pais.

Esses entraves dispararam os alarmes do Supremo Tribunal Federal, que no dia 24 exigiu explicações ao Ministério da Saúde e deu a Queiroga cinco dias para explicar essas exigências.

Até ao momento, o plano nacional de imunização só aprova a vacinação contra o novo coronavírus para maiores de 12 anos.

Os avanços na imunização no país sul-americano, onde 67% dos seus 213 milhões de habitantes já contam com o esquema vacinal completo, diminuíram drasticamente as mortes e infeções pelo vírus desde junho passado.

Junto com os Estados Unidos e Índia, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 618 mil mortes e 22,2 milhões de pessoas infetadas com o vírus.

A covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

LUSA/HN

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