Líder do Chega exigirá presença governativa a partir dos 7%

10 de Janeiro 2022

O líder do Chega afirmou que exigirá presença ministerial num eventual Governo do PSD caso tenha mais de 7% dos votos nas eleições legislativas e que, abaixo dessa fasquia, avaliará o apoio parlamentar em função das propostas do executivo.

“Ler os resultados é a nossa chave do dia 30 [de janeiro]. Se o Chega tiver 5% ou 6%, ou 4%, o Chega terá mais dificuldade em dizer ‘bom, ficou claro e evidente que os eleitores querem o Chega no Governo’. Se o Chega tiver (…) de 8% para cima, de 7% para cima, aí eu penso, até pelo histórico que temos de coligações em Portugal, que aí exige-se presença no Governo”, afirmou André Ventura em entrevista à agência Lusa.

O líder do Chega frisou que não quer ir para o Governo a “qualquer preço” e que, caso não atinja os 7%, será o “primeiro a assumir” que não quer presença executiva.

“Não haverá acordo de incidência parlamentar caso o Chega não tenha a força de ir para o Governo – e é o eleitorado que decide – ou caso o PSD diga ‘apesar disso, não queremos”, frisou.

Ainda assim, Ventura salientou que, caso tenha uma votação inferior aos 7%, não significa que irá “chumbar tudo” o que seja proposto por um eventual Governo social-democrata, mostrando-se disponível para “olhar para cada cenário e ver qual é o que melhor serve o país em cada momento”.

“Fica uma situação de avaliação conjuntural: se o Orçamento for bom na luta contra a corrupção, no apoio aos setores que estão na linha da frente contra a pandemia, para as forças de segurança, para os professores, se for bom para as famílias, para o mundo rural, apoiaremos ou viabilizaremos. Caso não, votaremos contra”, frisou.

Na eventualidade de o Chega ficar acima dos 7% nas próximas eleições legislativas, André Ventura referiu que o partido irá exigir ao PSD um “Governo de rotura” com “quatro reformas estruturais”: na fiscalidade, com um corte na carga fiscal; na justiça, com a introdução da prisão perpétua, castração química de pedófilos e a redução do efeito suspensivo dos recursos; na segurança social, com maior fiscalização aos beneficiários de apoios sociais; e no sistema eleitoral, com a redução do número de cargos políticos.

Apesar disso, o líder do Chega disse estar “aberto à negociação” com o PSD, dando exemplos de medidas onde está disposto a ceder: da sua proposta de redução no número de Vdos atuais 230 para os 100, aceitaria um número intermédio de 150, estando também disposto a não introduzir a prisão perpétua imediatamente, adotando um sistema que preveja penas de prisão de 50 ou 100 anos.

Ventura reiterou, no entanto, que, caso o eleitorado da sua força partidária exceda os 7%, “o PSD tem de perceber qual é o lugar do Chega”, assim como o Chega perceberá o seu lugar caso tenha 4% ou 5%.

O líder do Chega assumiu ainda como objetivo “ideal” de atingir 15% dos votos no próximo dia 30 de janeiro, apesar de reconhecer que um resultado “mais realista” se situaria entre as percentagens que obteve nas eleições autárquicas e presidenciais: 4% e 12%, respetivamente.

“Se nos aproximarmos do nível dos 10%, já começamos a ficar próximos dos 20 deputados (…) e aí já era uma força significativa no parlamento. Se descermos muito dos 10%, para os 6%, 5%, como teve o PCP, já nos aproximamos dos 12, 10 deputados. Portanto, é muito diferente”, indicou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ULS de Braga celebra protocolo com Fundação Infantil Ronald McDonald

A ULS de Braga e a Fundação Infantil Ronald McDonald assinaram ontem um protocolo de colaboração com o objetivo dar início à oferta de Kits de Acolhimento Hospitalar da Fundação Infantil Ronald McDonald aos pais e acompanhantes de crianças internadas nos serviços do Hospital de Braga.

DE-SNS mantém silêncio perante ultimato da ministra

Após o Jornal Expresso ter noticiado que Ana Paula Martins deu 60 dias à Direção Executiva do SNS (DE-SNS) para entregar um relatório sobre as mudanças em curso, o HealthNews esclareceu junto do Ministério da Saúde algumas dúvidas sobre o despacho emitido esta semana. A Direção Executiva, para já, não faz comentários.

FNAM lança aviso a tutela: “Não queremos jogos de bastidores nem negociatas obscuras”

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse esta sexta-feira esperar que, na próxima reunião com o Ministério da Saúde, “haja abertura para celebrar um protocolo negocial”. Em declarações ao HealthNews, Joana Bordalo e Sá deixou um alerta à ministra: ” Não queremos jogos de bastidores na mesa negocial. Não queremos negociatas obscuras.”

SNE saúda pedido de relatório sobre mudanças implementadas na Saúde

O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) afirmou, esta sexta-feira, que vê com “bons olhos” o despacho, emitido pela ministra da Saúde, que solicita à Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) um relatório do estado atual das mudanças implementadas desde o início de atividade da entidade.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights