Boeing recupera encomendas em 2021 mas ainda longe dos níveis pré-pandemia

12 de Janeiro 2022

A fabricante de aviões norte-americana Boeing registou um maior número de entregas e encomendas de aeronaves em 2021, após dois anos de crise, embora os valores ainda não tenham atingido os níveis pré-pandemia

Em 2021, a Boeing recebeu 535 pedidos líquidos, 909 excluindo cancelamentos ou outros motivos, à frente da fabricante europeia Airbus.

Mas nas entregas, prejudicadas pelos problemas do 787 Dreamliner, de longa distância, a fabricante norte-americana ficou muito atrás das do seu concorrente europeu.

Os resultados de 2021 registam uma melhoria acentuada em relação aos dois anos anteriores, quando a Boeing teve mais cancelamentos que pedidos.

Mas os números continuam longe dos 893 pedidos líquidos registados em 2018, noticia a agência AFP.

A Boeing foi atingida, num primeiro momento, pela imobilização do 737 MAX, que ficou parado em todo o mundo, em março de 2019, após dois acidentes que causaram a morte a 346 pessoas.

Depois, a diminuição do tráfego aéreo, com o início da pandemia, afetou fortemente as finanças das companhias aéreas e levou ao adiamento das entregas e à limitação, ou cancelamento, de pedidos.

Apesar de uma situação financeira deteriorada pela pandemia de covid-19, as companhias aéreas continuam a encomendar novos aviões porque necessitam de reduzir as suas emissões de CO2 [dióxido de carbono] através de aeronaves mais económicas, mas também para garantirem que estão preparadas para o forte aumento de tráfego esperado a longo prazo.

No frente a frente entre Boeing e Airbus, os norte-americanos receberam mais pedidos líquidos (535), face aos 507 dos europeus, embora os métodos de cálculo das encomendas líquidas sejam diferentes entre os dois fabricantes.

A Boeing integrou nas suas contas 56 encomendas retiradas em 2020 devido, nomeadamente, à saúde financeira dos seus clientes. Sem esse ajuste, as suas encomendas líquidas seriam de 479 aeronaves e, portanto, atrás das da Airbus.

A concorrência entre os dois fabricantes continua feroz, principalmente nas aeronaves de corredor único, mas adequadas à atual situação de recuperação do volume do tráfego aéreo, com mais voos domésticos ou de curta duração.

As duas empresas ‘fecharam’ recentemente com clientes de longa data, com a Airbus a receber grandes encomendas da Air France-KLM e Qantas em dezembro, enquanto a Boeing anunciou na semana passada que chegou com a Allegiant Air, que atualmente opera apenas com Airbus.

Em 2021, a Airbus manteve uma vantagem no mercado dos aviões de corredor único, com 575 pedidos líquidos, contra os 395 pedidos para os 737 MAX.

Nas entregas, que constituem um barómetro determinante para a faturação das fabricantes, pois as companhias pagam normalmente quando recebem a aeronave, os resultados foram mistos para a Boeing, com 340 entregas em 2021, mais do dobro do ano anterior.

No entanto, continuam longe das 806 aeronaves enviadas para os clientes em 2018, antes que os contratempos do 737 MAX e a desaceleração acentuada do tráfego aéreo devido à pandemia de covid-19.

Os números são também inferiores aos 611 aviões entregues pela Airbus no ano passado.

NR/HN/LUSA

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