Unidade de Saúde da Ilha Terceira reduz atividade assistencial

12 de Janeiro 2022

A Unidade de Saúde da Ilha Terceira (USIT), nos Açores, vai reduzir a atividade assistencial, “nos próximos dias”, devido à evolução da pandemia de Covid-19, anunciou na terça-feira a administração.

“A unidade de saúde não consegue chegar a todas as situações, daí a necessidade de realocação e de reajustes em termos de agendamento de consultas e seguimento dos utentes”, disse, em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da USIT, José Barbeito.

Num comunicado divulgado ontem, a unidade de saúde adianta que a atividade assistencial regular será reduzida em diversas áreas “nos próximos dias”, mantendo-se “o atendimento presencial a grupos vulneráveis (saúde materna e infantil) e de risco”.

O presidente da USIT admitiu que algumas consultas “já foram adiadas e remarcadas para outras datas”.

“Mantemos o contacto com os utentes agendados. Esse contacto inicialmente será preferencialmente telefónico, contudo se houver critérios clínicos para consulta presencial será feita a consulta presencial”, explicou.

Questionado sobre a duração desta redução, José Barbeito não se comprometeu com datas, alegando que a situação será “permanentemente monitorizada”.

“Vai depender da evolução da pandemia. Optámos por manter a atividade assistencial em grupos vulneráveis e de risco”, salientou.

“É preciso não esquecer que Angra [do Heroísmo] é dos centros de saúde onde existe mais falta de médicos de medicina geral e familiar, o que complica também um pouco mais a situação”, acrescentou.

Segundo o responsável da unidade de saúde, “houve um aumento significativo do número de casos” de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19, na ilha Terceira, o que obrigou à alocação de um maior número de médicos para o acompanhamento dos utentes em isolamento profilático.

“Neste momento, nós fazemos no Centro de Saúde de Angra [do Heroísmo] o seguimento de 237 casos [positivos] e no Centro de Saúde da Praia da Vitória de 206 casos, o que perfaz um total de 443 casos em toda a ilha”, apontou.

“Os médicos têm de telefonar diariamente a estes 443 casos para fazer o seguimento destas pessoas que se encontram em isolamento. Além dos casos positivos, temos os contactos próximos”, acrescentou.

O médico sublinhou que as delegações de saúde “não têm elementos suficientes” para rastrear os contactos próximos, recorrendo também a profissionais da USIT.

José Barbeito lembrou ainda que, esta semana, reabriram dois centros de vacinação contra a Covid-19 na ilha Terceira, que ocupam enfermeiros e médicos.

“Todos os médicos que se encontram no centro de vacinação estão a contactar utentes e estão disponíveis para qualquer problema que surja no centro de vacinação. Estamos a falar de um trabalho de sete dias por semana, porque todos os dias tem de se fazer o seguimento”, afirmou.

O presidente da USIT realçou ainda que na próxima quinta-feira arranca uma operação de testagem, com testes de saliva, aos alunos dos 1.º e 2.º ciclos nas escolas da ilha Terceira.

Sem avançar com um “número exato” de alunos a testar, porque está dependente do consentimento dos pais, José Barbeito disse que a operação pode envolver entre seis a 15 profissionais de saúde.

A testagem de alunos deverá prolongar-se até 19 de janeiro no concelho da Praia da Vitória e até 25 a 27 de janeiro em Angra do Heroísmo.

LUSA/HN

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