Feira repete desfiles da Festa das Fogaceiras com menos meninas e testes antes da missa

17 de Janeiro 2022

A Festa das Fogaceiras, que quinta-feira assinala o feriado de Santa Maria da Feira dedicado à proteção de São Sebastião contra a peste negra, incluirá menos meninas nos desfiles e testagem dos participantes nos corsos, missa e procissão.

Em causa estão o cortejo cívico, a eucaristia solene e a procissão religiosa que há mais de 500 anos consecutivos levam a desfilar pelo centro histórico dessa cidade do distrito de Aveiro meninas integralmente vestidas de branco, transportando à cabeça a fogaça que desde a Idade Média era prometida ao mártir para distribuição pelos pobres e que agora se abençoa na Igreja dos Loios para entregar a diferentes instituições da sociedade civil.

Se em edições anteriores à pandemia de Covid-19 essas cerimónias chegaram a contar com centenas de fogaceiras, na festa deste ano só participarão 31 meninas, em vez das 124 inicialmente previstas, selecionadas por ordem de inscrição após o apelo público lançado para o efeito pela Câmara Municipal da Feira.

O presidente da autarquia, Emídio Sousa, garante à Lusa que “nunca se equacionou a hipótese de não cumprir o voto a São Sebastião”, mas explica que, embora cumprindo a tradição na íntegra com cortejo cívico, missa de bênção das fogaças e procissão, o programa de 2022 envolve “um número bastante reduzido de participantes e acautela todas as recomendações sanitárias e de segurança” da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“No cortejo cívico apenas participam 31 meninas fogaceiras, numa lógica de representatividade de todas as freguesias do concelho, e na Igreja Matriz, que tem uma lotação limitada a 100 pessoas, estará apenas um membro da Câmara Municipal, o presidente da Assembleia Municipal e, pela tradição de se representar as forças militares na região, o comandante do Regimento de Engenharia de Espinho”, explica o autarca, referindo que os restantes lugares cabem à população geral.

Na procissão da tarde também não participará o tecido associativo local, como habitualmente acontecia, porque o corso está limitado aos eleitos do executivo camarário, aos presidentes das juntas de freguesia e aos representantes das forças de segurança, da Saúde e da Proteção Civil.

Para aumentar o nível de segurança dessas iniciativas, a Câmara Municipal da Feira “assume a testagem de todos os envolvidos na festividade, desde membros da organização até meninas fogaceiras, e disponibiliza nas imediações da Igreja Matriz um posto de testagem para a população que entenda assistir à missa”.

Não podendo verificar-se nas ruas a acumulação de público que antes acompanhava o cortejo e a procissão pelo centro histórico, Emídio Sousa recomenda que cada um, “na segurança e no conforto da sua casa”, acompanhe corsos e missa “em direto, através do portal do município ou da sua página nas redes sociais”.

Essas iniciativas de caráter religioso serão ainda complementadas com um programa cultural que inclui concertos e outros espetáculos aos quais o acesso por parte do público estará sujeito à apresentação de certificado de vacinação contra a Covid-19 e ao uso de máscara.

Essa oferta paralela inclui a peça de teatro-revista “Ensaio Geral”, às 21:30 de quinta-feira no Cineteatro António Lamoso; o concerto de Blu Flamingo às 22:00 do dia 26, no mesmo local; o Grande Concerto de Ano Novo, às 17:00 de domingo, no auditório do Europarque; e o concerto “Em Filarmonia com Quinta do Bill”, também nesse centro de congressos, às 21:45 do dia 29 de janeiro.

LUSA/HN

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