Maioria das empresas sem trabalhadores em teletrabalho em janeiro

18 de Janeiro 2022

A maioria (54%) das empresas não teve trabalhadores em teletrabalho no início do ano e apenas 10% esteve a funcionar com a totalidade dos trabalhadores à distância, segundo um inquérito divulgado segunda-feira pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal.

Este é um dos resultados do 19.º inquérito realizado no âmbito do projeto “Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 423 empresas, das quais a maioria (48%) é do setor da indústria e energia, de outros serviços (23%), do comércio (12%) e da construção e atividades imobiliárias (5%).

Apesar de o Governo ter decretado o teletrabalho obrigatório de 25 de dezembro de 2021 a 14 de janeiro de 2022 devido à pandemia, os resultados do inquérito da CIP mostram que a maioria das empresas inquiridas esteve a funcionar em modo presencial no início do ano.

“O número de empresas respondentes que não tem ninguém em teletrabalho representam a maioria (54%) e apenas 10% das empresas tem a totalidade dos colaboradores em teletrabalho”, pode ler-se no documento que indica que as restantes 36% estiveram parcialmente em teletrabalho.

Na apresentação do documento, Pedro Esteves, do ISCTE, salientou que os dados do teletrabalho podem refletir o facto de a maioria das empresas inquiridas serem do setor da indústria, onde a maioria das funções não são compatíveis com teletrabalho.

Os dados do barómetro indicam ainda que os empresários e gestores de topo das empresas continuam a considerar os apoios públicos insuficientes, com 84% a responderem, no início de janeiro, que os programas de apoio estão “aquém” ou “muito aquém” do que é preciso.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), 68% dos empresários e gestores consideram que “não terá significado para a atividade da sua empresa” e apenas 9% acreditam que “pode ser significativo” e 3% “muito significativo”.

Nos últimos três meses, 36% das empresas respondentes candidataram-se a alguma medida de apoio à economia e, destas, 59% viram o pedido aprovado, enquanto 27% não obtiveram reposta e 14% foram rejeitadas (contra taxas anteriores de rejeição de 5% ou 6%).

Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP, considerou que o PRR “não está adequado ao que é o tecido empresarial português” e sublinhou que as medidas de apoio disponíveis deviam ter sido corrigidas para chegarem a um maior número de empresas.

O dirigente da CIP disse esperar que as eleições legislativas marcadas para dia 30 possam “abrir um novo ciclo,” mas alertou para eventuais “dificuldades” se não houver “uma política de apoio ao tecido empresarial”.

“O país não aguenta mais um trimestre que não seja um acelerador da economia”, defendeu Armindo Monteiro, acrescentando que se houver “incerteza ou indefinição política”, os investimentos das empresas serão adiados.

LUSA/HN

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