Anvisa cancela autorização para spray israelita

19 de Janeiro 2022

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira cancelou esta quarta-feira a autorização prévia para o uso do spray anticovid-19 desenvolvido por Israel devido à falta de mais estudos clínicos sobre a eficácia no tratamento da doença.

O órgão regulador, cuja decisão foi publicada no Diário Oficial da União, anunciou que “empresas responsáveis que desejarem regularizar sprays antivirais devem comprovar todas as indicações de uso propostas por meio de estudos clínicos”.

O spray Taffix, do laboratório israelita Nasuspharma, havia recebido uma “autorização de notificação” em 30 de dezembro, após se apresentar como um “bloqueador de vírus dentro da cavidade nasal e ser altamente eficaz no bloqueio de vários vírus respiratórios, incluído o SARS-CoV-2”.

No entanto, salientou a agência, “não foram apresentados estudos clínicos que comprovem eficácia para esse fim, o que torna necessário o seu cancelamento imediato”.

A decisão foi baseada no relatório negativo do Programa de Auditoria de Dispositivos Médicos Isentos de Registo, responsável por conferir o cumprimento dos critérios e requisitos técnicos de produtos para saúde regularizados de forma simplificada, como pretendido com o spray nasal.

O órgão regulador encontra-se a avaliar uma eventual permissão de comercialização de autotestes para a Covid-19, um teste caseiro semelhante ao teste de diagnóstico de gravidez que pode ser adquirido em farmácias e que foi proposto pelo Ministério da Saúde para agilizar a deteção do novo coronavírus num momento em que as infeções estão a aumentar novamente no país.

O Brasil, um dos três países mais afetados pela pandemia em números absolutos, juntamente com Estados Unidos e com a Índia, totaliza cerca de 23,2 milhões de casos e na terça-feira bateu o recorde diário de infeções (137.103), num momento em que a variante Ómicron é predominante.

No entanto, o número de óbitos diários permanece nos níveis anteriores ao surgimento do Ómicron, devido ao avanço da campanha de vacinação, que atingiu quase 70% da população com o esquema vacinal completo.

O número total de mortes no Brasil associadas à Covid-19 é de 621.517.

A Covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

RALS promove II Encontro de Literacia em Saúde

Viana do Castelo acolhe o II Encontro de Literacia em Saúde, organizado pela Rede Académica de Literacia em Saúde. O evento reúne especialistas e profissionais para debater estratégias de capacitação da população na gestão da sua saúde. A sessão de abertura contou com a presença de representantes da academia, do poder local e de instituições de saúde, realçando a importância do trabalho colaborativo nesta área

Estudantes veem curso de Medicina na UTAD como alívio para escolas sobrelotadas

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina considerou hoje que a abertura do curso de Medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro representa uma oportunidade para aliviar a sobrelotação nas restantes escolas médicas. O presidente da ANEM, Paulo Simões Peres, sugeriu que a nova oferta poderá permitir uma redução de vagas noutros estabelecimentos, transferindo-as para Vila Real, após a acreditação condicional do mestrado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.

Curso de Medicina da UTAD recebe luz verde condicional

A A3ES aprovou o mestrado em Medicina na UTAD, uma resposta à saturação das escolas médicas. A ANEM vê a medida com esperança, mas exige garantias de qualidade e investimento na formação prática.

Gouveia e Melo repudia uso político da crise na saúde

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo criticou a tentativa de capitalizar politicamente os problemas na saúde, defendendo que o Presidente não deve interferir na governação. Falou durante uma ação de campanha em Viseu

Ventura convoca rivais para debate presidencial sobre saúde

O candidato André Ventura desafiou Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro para um debate sobre saúde, em qualquer formato. Defende um novo modelo para o setor, criticando os consensos anteriores por apenas “despejar dinheiro” sem resolver problemas

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights