Enfermeiros exigem reconhecimento da prestação efetiva de trabalho na passagem de turno

21 de Janeiro 2022

O Sindicato dos Enfermeiros denunciou esta quinta-feira que os enfermeiros do Hospital de Braga são obrigados a fazer mais meia hora de trabalho para “fazer a passagem de turno”, período que não é contabilizado como horas extra.

A visita a esta unidade está inserida num périplo que a entidade sindical está a efetuar por vários hospitais portugueses e segue-se às visitas ao Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e do Centro Hospitalar Universitário de São João.

O presidente do SE, Pedro Costa, afirma que tomou conhecimento das queixas, apontando que o problema “passa por este período não ser contabilizado nem como horas extra nem como horário de trabalho normal, sendo integrado numa bolsa de horas ilegal e que, sobretudo, não pode ser usada quando o enfermeiro pretende, mas sim quando é conveniente ao serviço”.

Outra das situações denunciadas pelos enfermeiros do Hospital de Braga diz respeito à precariedade laboral. “Ficamos a saber que os colegas contratados para reforçar as equipas ao abrigo do combate à pandemia de Covid-19 já viram, e bem, a sua situação contratual regularizada”, explica Pedro Costa. Porém, sustenta, “os colegas que há vários anos estão com contratos precários e que têm ajudado a suprir muitas das carências de recursos humanos, continuam sem ver a sua situação regularizada”.

O dirigente sublinha que no ano passado os enfermeiros foram obrigados a um “acréscimo tremendo” de esforços para conseguir recuperar a atividade assistencial, ao mesmo tempo que contribuíam no combate à pandemia.

O sindicato diz ainda que “uma das grandes pressões que tem existido sobre os enfermeiros está relacionada com os doentes provenientes do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), com um aumento considerável de atos cirúrgicos, sobretudo no período da noite e ao sábado.”

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros conclui que a falta de progressão na carreira, as diferenças de condições e regalias que se mantêm entre enfermeiros “são problemas transversais a todos os hospitais portugueses, há muito conhecidos dos decisores políticos e que têm de ser resolvidos pelo próximo governo e pelos próximos deputados da Nação”.

PR/HN/Vaishaly Camões

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