A ausência de uma monotorização adequada da diabetes, através de cuidados com a alimentação ou por tratamento farmacológico receitado pelo médico endocrinologista, aumenta o risco de problemas graves de saúde, podendo dar origem a acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos ou perda de sensibilidade nos pés.

Retinopatia Diabética: Quando a diabetes pode dar origem à cegueira

01/24/2022

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Retinopatia Diabética: Quando a diabetes pode dar origem à cegueira

A ausência de uma monotorização adequada da diabetes, através de cuidados com a alimentação ou por tratamento farmacológico receitado pelo médico endocrinologista, aumenta o risco de problemas graves de saúde, podendo dar origem a acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos ou perda de sensibilidade nos pés. 

Nos olhos, a diabetes não controlada leva a diferentes tipos de problemas oculares, que em casos agravados pode conduzir à perda total da visão. “Ainda que as perturbações visuais causadas pela diabetes sejam várias como é o caso das cataratas, glaucomas, alterações da motilidade ocular entre outras, a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira”, explica Cristina Seabra, médica oftalmologista do Hospital da Cruz Vermelha.

O que é a Retinopatia diabética?

 A retinopatia diabética é uma complicação ocular resultante da diabetes. Estas alterações na visão são causadas pela deterioração progressiva dos vasos sanguíneos da retina. Ao romperem-se, o sangue sai dos vasos sanguíneos, dando origem a hemorragias e que resulta na perda súbita da visão. A retinopatia diabética afeta, geralmente, os dois olhos e se não for tratada atempadamente conduz à cegueira.

Quais são os sintomas

No estado inicial da doença, o diabético não sente qualquer sintoma, uma vez que esta evolui de forma silenciosa. O rastreio da retinopatia diabética é, por isso, fundamental e é recomendada a visita regular dos diabéticos a um especialista da vista. Porém, durante a evolução da patologia, o doente pode experienciar sintomas como: a visão enevoada (que dificulta o reconhecimento das pessoas a uma certa distância, ler ou ver televisão) ou a visão com manchas escuras. Como referido anteriormente, esta doença pode dar origem, em última instância, a uma perda súbita da visão. 

Quais são os fatores de risco

Segundo Cristina Seabra, os principais fatores de risco associados à cegueira por retinopatia diabética são “um mau controlo metabólico da diabetes, e um diagnóstico e tratamento tardios”. “Em mais de 90% dos casos, a cegueira poderia ter sido evitada”, explica a profissional de saúde, realçando ainda a importância do diagnóstico da doença em pacientes diabéticos. “Pode parecer exagero, mas sabe-se que cerca de metade dos diabéticos diagnosticados nunca foram a uma consulta de oftalmologia”, afiança.

Como se diagnostica

Nos diabéticos tipo 1 é importante que se seja feita a observação do fundo do olho, por norma, durante os cinco anos subsequentes ao diagnóstico, uma vez que antes da puberdade o risco de retinopatia diabética é reduzido. 

Nos diabéticos tipo 2 a observação do fundo do olho deverá ser realizada logo após o diagnóstico da diabetes.

A gravidade da retinopatia diabética determina o tipo de seguimento. Se não houver retinopatia diabética após a observação ou se as lesões forem mínimas (microaneurismas) é recomendável uma avaliação oftalmológica anual. Havendo retinopatia diabética moderada, a avaliação deverá ser efetuada por um oftalmologista a cada 6 ou 9 meses. No caso de a doença estar num estado clinicamente significativo, com risco de provocar perda de visão ou já com perda de visão, o doente diabético deverá ser imediatamente observado pelo oftalmologista que realizará os exames de diagnóstico necessários.

Como se trata

A retinopatia diabética não tem cura, mas existem várias opções terapêuticas que são adequadas “caso a caso”, frisa Cristina Seabra. Dependendo da gravidade e do tipo de retinopatia do paciente, os tratamentos podem ir deste a monotorização da evolução do problema sem fazer qualquer tipo de tratamento específico (para casos menos graves ou no estado inicial da doença) até tratamentos que exigem intervenção cirúrgica ou com recurso a laser em casos mais avançados da patologia. No entanto, não se esqueça: evite perder um dos cinco sentidos do ser humanos, a visão. Apostar na prevenção será sempre a melhor alternativa.

Este artigo contou com a colaboração de:

Dra. Cristina Seabra, médica oftalmologista do Hospital da Cruz Vermelha

 

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