APDP diz que combate às doenças crónicas deve ser uma prioridade na Europa

3 de Fevereiro 2022

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal considerou esta quinta-feira que o programa europeu contra o cancro deve ser modelo de ação para as outras doenças crónicas. O alerta surge numa altura em que a Comissão Europeia (CE) se prepara para discutir estratégias de combate às doenças crónicas não transmissíveis.

A iniciativa Healthier Together, da CE, pretende discutir as prioridades de ação para cada uma das doenças crónicas não transmissíveis e passar da partilha de boas práticas para a implementação de respostas efetivas. Para tal, a APDP, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e a Federação Internacional da Diabetes – Região Europa, apelaram ao Governo Português para que assuma o papel de proponente de um documento para a concretização de uma visão estratégica para as doenças crónicas.

Segundo o presidente da APDP, José Manuel Boavida, “é preciso replicar para as outras doenças crónicas, incluindo a diabetes, a política europeia, global e integrada, que está em construção na luta contra o cancro. Finalmente, temos essa oportunidade, pois a Comissão Europeia está interessada e disposta a investir nas doenças crónicas não transmissíveis com linhas de financiamento e diretivas comuns para todos os países.”

Já o presidente da SPD, João Filipe Raposo sublinha a importância de “apostar numa estratégia global integrada para estas doenças que inclua a comunicação de consciencialização para os cuidados a adotar, proporcionar ambientes propícios para a adoção de estilos de vida mais saudáveis, oportunidades de diagnóstico precoce, programas de rastreio sistemático, registos nacionais, assistência clínica para gerir todas as condições e programas de educação e motivação para as pessoas com doença crónica e profissionais de saúde.”

“Todas estas medidas, são ainda mais relevantes num tempo em que começamos a sair da pandemia de covid-19 “, conclui.

A associação lembra que o cancro e a diabetes estão entre as “Dez ameaças à saúde global” identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referindo que a previsão é que o número de pessoas afetadas continue a aumentar. E estima-se que 1 em cada 5 pessoas com cancro (20%) também tenha diabetes.

PR/HN/Vaishaly Camões

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