Presidente da Áustria promulga lei da vacinação obrigatória

4 de Fevereiro 2022

O Presidente da Áustria promulgou esta sexta-feira uma lei de vacinação obrigatória contra a Covid-19, abrindo caminho para a entrada em vigor no domingo da medida, sem precedentes na União Europeia.

“Alexander Van der Bellen promulgou hoje ao meio-dia a lei federal sobre a vacinação obrigatória contra a covid-19”, indicou a presidência numa nota.

O documento tem ainda de ser publicado no Diário da República, antes de poder ser implementado no domingo, de acordo com a agência de notícias austríaca APA.

O Parlamento aprovou o texto em 20 de janeiro por larga maioria, apenas com o voto contra da extrema-direita.

Todos os residentes com mais de 18 no país com 8,9 milhões habitantes são afetados pela medida, com exceção das mulheres grávidas, aqueles que contraíram o vírus há menos de 180 dias e os que podem ser isentos por razões médicas.

Os controlos só vão começar em meados de março, então aí poderão ser aplicadas sanções, que variam entre os 600 e os 3.600 euros, mas serão levantadas se o infrator for vacinado no prazo de duas semanas.

Mais de 60% dos austríacos apoiam a medida, de acordo com um inquérito recente, mas grandes setores da população continuam a opor-se firmemente.

Durante várias semanas, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas desde que o projeto foi anunciado em novembro para denunciar uma medida considerada radical e liberticida.

Também surgiram críticas sobre o significado da lei face à natureza menos grave da variante Ómicron e à subida significativa do número de casos.

Ao mesmo tempo, o governo anunciou um relaxamento das restrições sanitárias para breve, inclusive para pessoas não vacinadas, atualmente excluídas de restaurantes, locais culturais e desportivos.

Para o ministro da Saúde, Wolfgang Mückstein, a vacinação obrigatória visa proteger contra “novas vagas”, “lutar contra novas variantes” que poderão surgir nos próximos meses, explicou na rede social Twitter na quinta-feira.

Menos de 70% da população tem um esquema de vacinação completo (com a obrigação, na maioria dos casos, de apresentar três doses), uma percentagem inferior à de Portugal, França ou Espanha e que diminuiu após a recente expiração de muitos certificados.

A vacinação obrigatória foi aprovada em vários países para certas profissões ou atividades, mas para todos os cidadãos continua a ser uma exceção.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ispa promove estudo sobre incontinência urinária na mulher

O William James Center for Research do Ispa – Instituto Universitário apresenta um estudo com o tema “Crenças e estratégias sobre a incontinência urinária (IU): um possível papel moderador entre sintomas e função sexual e qualidade de vida”, que permitiu identificar benefícios se o tratamento tiver abordagem multidisciplinar entre médicos da especialidade e psicólogos.

Investigadores reúnem-se em Lisboa para analisar ‘long-covid’

Investigadores nacionais e estrangeiros reúnem-se na próxima semana em Lisboa, numa conferência internacional inédita que pretende alertar para a relação da ‘long covid’ com doenças, como a fadiga crónica, e a necessidade de encontrar resposta para estes doentes.

OMS lança nova rede de laboratórios para os coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova rede de laboratórios para coordenar as capacidades à escala global de deteção, monitorização e avaliação de coronavírus potencialmente novos ou em circulação com impacto na saúde pública.

Apresentados resultados de medicamento para esclerose múltipla

Numa análise post-hoc, os novos dados revelam evidências de benefícios cognitivos na esclerose múltipla recidivante após o tratamento inicial com MAVENCLAD® (cladribina em comprimidos), com melhoria cognitiva sustentada ou estabilidade observada a dois anos.

Federação da paralisia cerebral sensibiliza novo PM para apoios

A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) pediu a intervenção do novo primeiro-ministro para um conjunto de reclamações que, em alguns casos, estão inalteradas há uma década, queixando-se da falta de respostas do anterior executivo.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights