Surtos de gripe aviária em Espanha levam ao abate de cerca de 270.000 aves

11 de Fevereiro 2022

Os surtos de gripe aviária detetados desde o início de 2022 em Espanha levaram ao abate de cerca de 270.000 aves em explorações durante esse período, como medida de proteção preventiva para evitar a sua propagação.

Esta é a pior vaga que o país enfrenta, o que também está a acontecer a nível mundial, disse Úrsula Höfle, veterinária e médica especialista em doenças virais das aves de capoeira, à Efeagro, uma agência especializada em matérias agroalimentares participada pela espanhola Efe.

Nos últimos dois dias foram declarados três novos surtos: quinta-feira em explorações de perus localizadas nas províncias de Sevilha e de Huelva, na região da Andaluzia, e na quarta-feira o maior surto foi confirmado, com mais de 133.000 galinhas a serem abatidas em Valladolid, em Castela e Leão.

O primeiro surto do ano tinha sido detetado em quatro cisnes e uma cegonha encontrados mortos no rio Segre, perto de Soses (província de Lleida), na primeira semana do ano, enquanto o primeiro surto em aves de capoeira foi oficialmente declarado alguns dias mais tarde, a 18 de janeiro, numa quinta com 18.900 perus de engorda em Fuenterrebollo (Segóvia).

Desde então, a doença em aves selvagens foi detetada noutras zonas, nas províncias de Lérida, Girona, Palencia e Ávila, enquanto os surtos em explorações agrícolas, seis até agora, estão nas províncias de Segóvia, Huelva (3 surtos), Valladolid e Sevilha.

As análises revelaram que se trata da estirpe H5N1, a predominante na Europa, que tem pouca capacidade de transmissão aos humanos, embora a elevada capacidade de circulação e recombinação destes vírus signifique que é necessário estar vigilante, no caso de a gripe adquirir maior potencial de contágio aos humanos, de acordo com Úrsula Höfle.

A especialista assinala que as aves migratórias infetadas são frequentemente a causa da entrada do vírus em Espanha, porque no seu percurso podem entrar em contacto direto ou indireto com aves de capoeira das explorações agrícolas.

Segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) portuguesa, a gripe aviária é uma doença vírica “extremamente contagiosa podendo causar elevada mortalidade nas aves afetadas”.

Ocasionalmente, algumas estirpes de vírus da gripe aviária podem infetar outros animais, nomeadamente mamíferos, e também o ser humano.

“No entanto, para que tal aconteça é necessário que haja um contacto muito estreito entre as aves infetadas e as pessoas ou entre aves e outros animais”, precisa a DGAV, não havendo “nenhuma evidência epidemiológica” de que a gripe aviária possa ser transmitida aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente de carne de aves de capoeira e ovos.

Ainda de acordo com a DGAV, desde o início do corrente ano já houve pelo menos seis focos de gripe aviária confirmados em Portugal.

Nos casos mais importantes, foram afetadas 100 galinhas, perus, patos e faisões em 14 de janeiro, num estabelecimento de Santa Margarida da Coutada (Constância, Santarém) e 4.831 perus de engorda e 7.403 frangos do campo em 04 de fevereiro, na freguesia de A-dos-Cunhados e Maceira (Torres Vedras, Lisboa).

LUSA/HN

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