Açores reduzem lista de espera cirúrgica em janeiro para 10.552 utentes

8 de Março 2022

Os Açores tinham 10.552 utentes em lista de espera cirúrgica no final de janeiro, menos 105 do que em dezembro e menos 1.165 do que no período homólogo, revela um relatório da Direção Regional da Saúde.

“Em janeiro de 2022 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 10.552 utentes, o que corresponde a uma diminuição de 1,0% (menos 105 utentes), face ao mês anterior”, lê-se no documento, consultado pela Lusa, disponível na página da internet da Direção Regional da Saúde.

Há seis meses que o número de inscritos em lista de espera cirúrgica nos Açores tem vindo a diminuir.

Em comparação com janeiro de 2021, em que o relatório mensal indicava 11.717 utentes em espera por uma cirurgia, verificou-se uma diminuição de 1.165 inscritos (9,9%).​​​​​​​

​​​​​​​De acordo com o boletim informativo mensal de janeiro da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), na ilha de São Miguel, o maior da região, concentra mais doentes em espera (7.237) e foi o único a registar um aumento face a dezembro (0,1%).

O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) regista 2.242 utentes em espera (menos 3,4% do que em dezembro) e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, 1.073 utentes (menos 3,7%).

Também o número de propostas cirúrgicas em espera diminuiu no mês de janeiro, face ao mês anterior, fixando-se nos 11.997 (menos 242).

Todos os hospitais da região registaram uma quebra nas propostas cirúrgicas em espera, com o HH a registar a maior descida percentual (3,7%), seguindo-se o HSEIT (2,9%) e o HDES (1,4%).

Em janeiro, os utentes do Serviço Regional de Saúde dos Açores esperavam, em média, por uma cirurgia 486 dias (cerca de um ano e quatro meses), menos quatro dias do que em dezembro.

A espera é superior no hospital de São Miguel (552 dias), que aumentou o tempo médio em dois dias.

No hospital da ilha Terceira, o tempo médio de espera também aumentou para 357 dias (mais 12) e apenas no da Horta se registou uma descida para 302 dias (menos 17).

Nas três unidades hospitalares da região, o tempo médio de espera permanece acima dos tempos máximos de resposta garantidos regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Apenas metade (50,5%) das cirurgias realizadas em janeiro nos Açores decorreram dentro do tempo máximo de resposta garantido, ainda assim, mais do que em dezembro (46,8%).

O Hospital do Divino Espírito Santo é o que regista menos cumprimento dos tempos máximos (32,9%), tendo mesmo reduzido a percentagem face a dezembro (36,2%).

Pelo contrário, o Hospital de Santo Espírito aumentou a percentagem de 52%, em dezembro, para 67,6%, em janeiro.

O Hospital da Horta foi o que mais cumpriu este indicador (70,3%), mas também registou uma descida em relação ao mês anterior (79%).

Segundo o boletim informativo, em janeiro foram realizadas 874 cirurgias no Serviço Regional de Saúde, mais 21 do que em dezembro (2,5%).

O HDES foi o que realizou mais cirurgias (444), tendo ainda assim registado uma quebra (1,3%).

O mesmo aconteceu no hospital da Terceira, que contabilizou 275 cirurgias (menos 9,2%).

O Hospital da Horta foi o único que aumentou a produção cirúrgica (55%), em relação a dezembro, tendo realizado 155 cirurgias.

O número de propostas cirúrgicas entradas em janeiro (942) registou uma subida de 11,7% face a dezembro (mais 99).

O HESIT, com 264 propostas, foi o único em tendência inversa (menos 29%), tendo ocorrido crescimentos de 42,4% no HDES (487 propostas) e de 48,1% no HH (191).

Também o número de cancelamentos de cirurgias registou uma subida no mês de janeiro (48,5%), situando-se nos 346.

Foi no HH que se verificou o maior aumento de cancelamentos (300%), passando de 54 para 72, mas todas as unidades cancelaram mais cirurgias em janeiro.

No HDES foram canceladas 200 cirurgias (mais 28,2%) e no HSEIT 74 (mais 25,4%).

A Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores (UCGICA) passou a divulgar um boletim informativo mensal com “dados síntese” sobre a lista de espera cirúrgica, passando a emitir “relatórios de acompanhamento”, até então mensais, com uma “periodicidade trimestral”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Prioridades para a Saúde nas Legislativas 2025: Propostas de Pedro Pita Barros

Pedro Pita Barros, especialista em economia da saúde e professor da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), propõe para as legislativas de 18 de maio um reforço do SNS, valorização dos profissionais, aposta nos cuidados primários e continuados, redução dos pagamentos diretos das famílias, estabilidade na gestão das ULS e consensos na saúde oral e mental, destacando a necessidade de medidas concretas e transversais

Carlos Cortes: Prioridades da Ordem dos Médicos para o XXV Governo

Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, defende que o próximo Governo deve apostar na valorização dos recursos humanos, na reforma da gestão do SNS e na centralidade da pessoa nos cuidados de saúde. Propõe políticas de retenção de médicos, autonomia de gestão e humanização transversal do sistema.

Prioridades para a Saúde: Propostas de Fernando Leal da Costa para o XXV Governo Constitucional

Fernando Leal da Costa, Professor Universitário e ex-ministro da Saúde, defende como prioridades para o próximo Governo: revisão da Lei de Bases da Saúde e do Estatuto do SNS, reforma administrativa, reforço da gestão local, digitalização dos processos clínicos, controlo estatal da ADSE, redefinição dos recursos humanos, avaliação da eficiência, renovação hospitalar e aposta na prevenção.

Legislativas / Propostas dos partidos para a Saúde

Com a saúde como tema prioritário nos programas eleitorais, os partidos com assento parlamentar focam-se no aumento da remuneração dos profissionais, com a esquerda a ir mais longe para fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os programas eleitorais divergem sobretudo em matéria de parcerias público-privadas (PPP’s) em que os partidos mais à esquerda querem o fim destes contratos com privados enquanto a direita defende a sua eficácia.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights