Concelho de Odemira acolhe 25 refugiados ucranianos

10 de Março 2022

Um total de 25 refugiados da Ucrânia, entre os quais 16 crianças, chegaram nos últimos dias ao concelho de Odemira (Beja), estando prevista a chegada de “cerca de mais 40 famílias” ucranianas nas próximas duas semanas.

Os números foram confirmados à agência Lusa pela vereadora da Câmara de Odemira com o pelouro da Ação Social, Isabel Raposo, que adiantou que no próximo domingo “há a perspetiva de chegarem mais quatro famílias”.

“E ao longo das próximas duas semanas poderão chegar” ao município do litoral alentejano “mais cerca de 40 famílias no total”, disse.

O processo de acolhimento de refugiados ucranianos em Odemira partiu da iniciativa de alguns cidadãos ucranianos que residem no concelho e que entraram em contacto com o Instituto de Nossa Senhora de Fátima (INSF), de Vila Nova de Milfontes.

Duas das famílias que entretanto chegaram, duas mulheres e quatro crianças dos 6 aos 14 anos, foram acolhidas no Colégio de Nossa Senhora da Graça, propriedade do instituto.

“A primeira família chegou na quinta-feira [03 de março], ao final da tarde. A outra família que temos instalada no colégio chegou na segunda-feira”, 07 de março, contou à Lusa o padre Manuel Pato, que é também vice-presidente do INSF.

Além destas duas famílias, o INSF está igualmente “a acompanhar”, na freguesia de Longueira/Almograve, mais 19 refugiados ucranianos, que têm sido apoiados por empresas locais.

Para Manuel Pato, esta tem sido uma experiência “bastante intensa”, uma vez que estes refugiados chegaram “completamente destroçados”.

O pároco destacou ainda o “estado de exaustão tremenda” que todos os refugiados acolhidos manifestavam depois de “cinco dias a chegar à Polónia, debaixo de frio”, e de “mais três ou quatro dias para chegar a Milfontes”.

“Mas o que mais me impressiona são as crianças. Uma delas chegou com queimaduras no rosto devido ao frio… É tremendo, não há explicação”, frisou.

A maioria das famílias acolhidas no concelho de Odemira fugiu da Ucrânia através da fronteira com a Polónia, que será também o “canal de passagem” dos refugiados esperados nas próximas semanas.

Até lá, a Câmara de Odemira vai promover um trabalho “de colaboração” com outras entidades, nomeadamente das áreas da saúde, da educação e do emprego, para proceder à “caracterização” destas pessoas.

“Queremos ver qual é a idade das crianças para podermos enquadra-las no respetivo nível de ensino e até as habilitações profissionais da mães e dos adultos que acompanham as crianças, para depois, numa segunda fase, vermos como é que podemos enquadrá-las no mercado de trabalho”, explicou a vereadora Isabel Raposo.

De acordo com a vereadora, o objetivo é vir a ter “uma resposta multidisciplinar para responder às diferentes necessidades desta comunidade, que está bastante vulnerável” e que vai precisar de apoio “para melhor se enquadrar no concelho”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

LUSA/HN

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