EMA conta ter dados sobre vacinas contra variante Ómicron entre abril e julho

17 de Março 2022

A Agência Europeia do Medicamento anunciou hoje que os dados sobre vacinas contra a covid-19 adaptadas à variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 devem estar disponíveis entre abril e julho, o que poderá permitir a aprovação no verão.

De acordo com o responsável da EMA (sigla em inglês) para a estratégia das vacinas, Marco Cavaleri, a aprovação no verão permitiria aos países prepararem as campanhas de vacinação no outono.

O levantamento das restrições contra a covid-19 em vários países da União Europeia é provavelmente uma das causas do recente aumento das infeções, após várias semanas de diminuição, disse hoje o dirigente da Agência Europeia.

Cavaleri aconselhou os cidadãos que ainda não o fizeram a vacinarem-se contra o SARS-CoV-2 ou a tomarem a dose de reforço.

A propagação de uma nova linhagem da variante Ómicron, mais transmissível do que a anterior, também terá influenciado esta situação, sublinhou Cavaleri, durante a conferência de imprensa semanal da EMA, ao referir-se ao aumento do número de casos.

O importante é fazer um acompanhamento dos novos casos de covid-19 para ver se conduzem a situações graves, em particular a hospitalizações ou cuidados intensivos, que é “o que mais há a temer do ponto de vista da saúde pública”, considerou.

O responsável pela estratégia de vacinas da EMA indicou que a agência continua a analisar a eficácia da vacina contra a covid-19 no caso da variante Ómicron e das suas linhagens, pelo que insistiu que, face ao aumento das infeções, é importante recordar que a vacinação continua a fornecer uma elevada proteção contra as hospitalizações e as mortes por covid-19.

Marco Cavaleri falou também do Evusheld, o tratamento da AstraZeneca contra a covid-19 que o organismo regulador dos medicamentos no Reino Unido aprovou hoje e que a EMA continua a avaliar.

Considerou que parece um “cocktail interessante”, ao dar potencialmente vários meses de proteção e demostrar em testes clínicos “uma elevada eficácia”.

Defendeu que poderá ser importante, particularmente em indivíduos que não respondam bem às vacinas, como as pessoas imunodeprimidas, para que no futuro os estados-membros possam decidir se o querem usar para proteger mais grupos de população.

“Emitiremos uma opinião tão rápido quanto possível”, disse.

Por seu lado, o chefe do Grupo de Trabalho de Estudos Clínicos, Fergus Sweeney, explicou que a avaliação da vacina russa contra o coronavirus, Sputnik V, parou e não se prevê que continue no futuro próximo.

Segundo o mesmo responsável, não há, de momento, contactos com a Rússia.

A Rússia iniciou a 24 de fevereiro uma operação militar de invasão da Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional.

LUSA/HN

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