Cirurgia ambulatória da mão com 495 intervenções no primeiro ano de funcionamento em Alcobaça

19 de Março 2022

A Unidade Funcional de Cirurgia Ambulatória da Mão e Artroscopia do Hospital de Alcobaça realizou 495 cirurgias no primeiro ano de existência e permitiu reduzir em 48 dias o tempo de espera, divulgou hoje o coordenador da unidade.

A criação da unidade “permitiu aumentar exponencialmente o número de cirurgias e diminuir drasticamente o número de doentes em lista de espera”, disse hoje à agência Lusa o coordenador do serviço, Carlos Pina, num balanço do primeiro ano de atividade.

A Unidade Funcional de Cirurgia Ambulatória da Mão e Artroscopia, que desde 17 de março de 2021 funciona no bloco operatório do Hospital de Alcobaça (uma das unidades do Centro Hospitalar de Leiria – CHL), realizou no seu primeiro ano 495 cirurgias.

Vocacionada para a cirurgia da mão com recurso a técnicas de anestesia local, a unidade tem desenvolvido tratamentos de patologia tendinosa, traumatologia da mão e, mais recentemente, em patologia nervosa traumática e traumatologia do punho e, ao longo do ano, foi também alargando o seu âmbito a “outros tipos de cirurgias como a artroscopia no joelho, tornozelo e outros tipos”, afirmou o médico.

Uma atividade que, segundo o balanço divulgado pelo CHL, permitiu aumentar o número de cirurgias do Serviço de Ortopedia II (a funcionar no Hospital de Leiria), que entre março de 2021 e março deste ano registou um aumento de 381 intervenções cirúrgicas, subindo de 114 para 631 intervenções, das quais 495 realizadas na unidade de Alcobaça.

A unidade funcional “contribui também para o enriquecimento da atividade de investigação médica e produção científica realizada no Centro Hospitalar de Leiria”, sublinhou a direção no balanço, em que destaca “as componentes pós-graduada e académica” deste serviço.

O trabalho desenvolvido na unidade contribui ainda para que o Serviço de Ortopedia II “possa enriquecer a formação pós-graduada dos internos da especialidade no CHL, estendendo-se também à Cirurgia Plástica, com interesse na aprendizagem de técnicas em Cirurgia da Mão, e em particular, da cirurgia sem garrote e com anestesia local, através dos internatos médicos e ‘fellowships’ da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão”, lê-se no comunicado.

Para o “balanço francamente positivo” do primeiro ano, Carlos Pina sublinha também o facto de outros hospitais da região “estarem a enviar doentes para este serviço”, que o médico acredita poder tornar-se “uma referência para uma região mais alargada, já que entre Coimbra e Lisboa não há outra unidade com estas características, podendo assim receber utentes dos centros hospitalares do Oeste, Médio Tejo e até de zonas mais distantes como Viseu ou Castelo Branco”.

Para já, a unidade permitiu também reduzir o tempo médio de espera para cirurgia da mão, passando de 100 dias para uma média de 48 dias, resultados que Carlos Pina atribui ao desempenho da equipa de quatro médicos, cinco enfermeiros, quatro auxiliares e dois administrativos.

“É uma equipa muito focada na importância deste projeto, desenvolvido com bastante autonomia dentro do Serviços Nacional de Saúde e que pode ser replicado noutros hospitais com ganhos evidentes para o serviço e para os doentes”, disse o médico.

No caso de Alcobaça, Carlos Pina pretende ver no futuro “aumentado o envolvimento da comunidade de Alcobaça, um concelho fortemente industrializado”, onde há grande predominância de doenças degenerativas relacionadas com o tipo de atividade profissional”, às quais o serviço que coordena pode dar agora resposta mais célere.

A implementação desta unidade envolveu um investimento inicial de cerca de 76 mil euros e previa a ocupação semanal de um período operatório do hospital de Alcobaça à quarta-feira e um período operatório quinzenal à quinta-feira. A partir de maio de 2021, o período operatório da quinta-feira passou a ser também semanal.

A unidade fomenta a produção cirúrgica em ambulatório o que, de acordo com a direção, “diminui gastos cirúrgicos e prestação de cuidados, melhora os tempos de resposta cirúrgica nas patologias abrangidas e permite a libertação dos tempos operatórios no bloco para cirurgias mais complexas” que necessitem de anestesia e internamento.

LUSA/HN

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