Após uma quebra “muito grande” da atividade em 2020 devido às regras de confinamento, em 2021 os hospitais privados tiveram “um crescimento muito significativo da atividade”, desde “os diagnósticos e exames de diagnóstico até às consultas, e também a nível das cirurgias e das urgências”, disse hoje à agência Lusa o presidente da APHP, Óscar Gaspar.
Nos primeiros meses de 2022, salientou, “ainda houve um aumento em relação aos números registados em 2021”, ano em que já foi ultrapassado o nível de atividade de 2019, ano antes da pandemia, o que significa que “as pessoas regressaram e estão a realizar os seus cuidados de saúde”.
“De facto, neste primeiro trimestre de 2022 sentimos um aumento bastante significativo da atividade à qual estamos a tentar dar resposta também com mais investimentos e com a reorganização de serviço”, revelou.
Segundo dados avançados por Óscar Gaspar, todas as linhas de atividade dos hospitais privados subiram em 2021, comparativamente ao ano anterior, mais de 20%.
No caso dos exames de diagnósticos, como raio-X, ecografias, TAC [Tomografia Computorizada] ou ressonâncias magnéticas o aumento foi de mais de 30% no ano passado face a 2020.
“Este ano, não estamos a este ritmo de crescimento porque o ano passado foi de recuperação em relação a 2020, mas estaremos claramente a crescer perto dos 10%”, sublinhou.
O presidente da APHP ressalvou que, apesar deste aumento de atividade, não há neste momento nenhum tipo de perturbação dos serviços.
“Há de facto algum aumento das urgências tendo em conta episódios gripais, mas está tudo dentro daquilo que é normal e dentro daquilo que é gerível por parte das instituições e, portanto, estão a desenvolver a sua atividade em condições perfeitamente normais”, adiantou.
Óscar Gaspar afirmou que, na generalidade, a procura é muito elevada para consultas e exames, mas os hospitais estão a conseguir dar respostas.
“Não escondo que nalgumas especialidades em concreto há dificuldades adicionais que já existiam também antes da covid-19”, afirmou.
Deu o exemplo da Dermatologia, “uma especialidade em que tipicamente há dificuldade em termos de médicos dermatologistas”, o que faz aumentar as listas de espera.
“Com a Psiquiatria e a Pedopsiquiatria também acontecem estes fenómenos e, portanto, nós sentimos que era possível de facto fazer mais se houvesse mais recursos”, declarou.
Relativamente aos exames de diagnóstico, o responsável referiu que estão disponíveis para continuar “a investir mais e até em cidades que hoje não estão cobertas pelos hospitais privados”.
“Esperamos também que haja alguma revisão de alguma legislação, por exemplo, sobre o equipamento médico pesado de maneira a podermos ter mais capacidade de oferta em relação àquilo que são as necessidades dos portugueses”, defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.
LUSA/HN
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