Mais de 200 menores autores de crimes investigados pela polícia em Cabo Verde

5 de Abril 2022

A Polícia Nacional de Cabo Verde esclareceu 70% dos crimes participados em 2021, mais de 200 dos quais alegadamente praticados por menores de 16 anos, segundo dados daquela força policial compilados esta terça-feira pela Lusa.

De acordo com o relatório da Polícia Nacional com as ocorrências registadas em 2021, aquela força policial esclareceu 12.961 das 18.525 participações recebidas e identificou 13.869 autores de crimes, em que 1,5% eram menores, num total de 204.

Desses, 30 suspeitos autores de crimes em Cabo Verde tinham menos de 12 anos.

Os mesmos dados da Polícia Nacional referem que praticamente metade (48,9%) dos autores de crimes não têm mais de 30 anos e 89,4% são do sexo masculino.

Nos crimes contra pessoas, a Polícia Nacional identificou 7.861 autores, dos quais 105 (1,3% do total) eram à data menores de 16 anos, enquanto nos crimes contra o património foram identificados 5.828 autores, dos quais 99 (1,7%) eram menores.

No plano contrário, a Polícia Nacional identificou 18.096 vítimas de crimes em Cabo Verde durante todo o ano de 2021, dos quais 607 (3,4%) eram menores, essencialmente vítimas de abusos sexuais.

Desse total, 139 das vítimas de crimes no país tinham menos de 12 anos.

O diretor-nacional da Polícia Nacional, Emanuel Moreno, afirmou na semana passada, ao apresentar as primeiras conclusões dos números mais recentes da criminalidade em Cabo Verde numa reunião das chefias daquela força policial, que 2021 continuou a ser um “ano atípico” devido à pandemia da covid-19, ao condicionar as instituições nacionais ao nível da “capacidade de materialização e realização das suas ações”.

“Mas, mesmo perante estas limitações, a Polícia Nacional realizou inúmeras atividades com resultados francamente positivos”, reconheceu.

O diretor-nacional acrescentou que em termos de tipologia, os crimes contra o património representam 57,8% do total das ocorrências registadas pela Polícia Nacional em Cabo Verde durante o ano de 2021, e “conheceram um agravamento de 52,9% a nível nacional”.

“Enfim, o número total de ocorrências registadas em 2021 é comparável com o volume registado em 2018. Com efeito, nos anos de 2019 e 2020 os dados espelham a situação vivida em períodos marcados por fortes restrições à mobilidade das pessoas e inclusivamente por períodos de confinamento obrigatório. Portanto, era expectável que em 2021, com a retoma gradual da vida social e económica, os crimes conhecessem comparativamente um aumento, e é igualmente o que vem acontecendo em várias latitudes do mundo por causa das crises”, sublinhou Emanuel Moreno.

LUSA/HN

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