A poliomielite tinha sido dada como erradicada na Guiné-Bissau em 2019, mas um novo surto da doença foi declarado nos países vizinhos o que fez soar o alerta entre as autoridades guineenses, observou Dionísio Cumba.
Em outubro passado foram detetados quatro casos da doença em crianças guineenses, três da região de Biombo, no nordeste do país, e uma em Bissau.
Os dados foram confirmados através de análises feitas pelo laboratório do instituto Pasteur de Dacar, no Senegal, precisou Dionísio Cumba.
“Mas não sabemos qual o grau de penetrabilidade nas regiões”, notou o ministro, em declarações à Lusa, salientando que no Senegal e na Guiné-Conacri as autoridades realizaram logo em 2021 campanhas de vacinação às crianças até aos cinco anos.
A Guiné-Bissau não conseguiu na mesma altura desencadear a campanha de imunização das crianças, frisou Dionísio Cumba, apesar da preocupação e o alarme das autoridades sanitárias.
“Com a situação da pandemia da Covid-19 a Guiné-Bissau teve muitas dificuldades em poder acompanhar outras situações endémicas no país, sarampo, pólio, então, não conseguimos agir logo na altura quando fizemos a declaração de casos (da pólio) também porque tínhamos de esperar pelos apoios que os parceiros (UNICEF e OMS) iam dar”, observou o governante guineense.
A campanha de vacinação contra a pólio, que deveria ter começado no início de abril e foi protelada por duas vezes, vai decorrer entre quarta-feira e sábado visando atingir “todas as crianças dos zero aos cinco anos”.
“Mesmo as crianças que estejam debaixo dos cajueiros serão atingidas pela campanha”, salientou o ministro em referência ao facto de nesta altura do ano ser normal muitas crianças participarem na apanha da castanha do caju, principal produto agrícola do país.
Dionísio Cumba considerou de “especial” a campanha que vai servir também para ser administrada a vitamina A e o mebendazol às crianças.
Uma segunda ronda da vacinação contra a pólio será realizada duas semanas depois.
O ministro guineense da Saúde disse que o país vai ter de montar também uma outra campanha para imunizar as crianças do país contra o sarampo que já vai em 170 casos notificados até semana passada, entre os quais “3 ou quatro óbitos”.
LUSA/HN
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