“Mais do que regressar a uma opção que tivemos [testes gratuitos nas farmácias] e que entendemos que neste momento já não é adequada, como noutros países já não será, é a possibilidade de descongestionar o acesso aos testes rápidos de antigénio”, justificou Marta Temido, que falava após uma visita à Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital de Santa Maria.
A governante considerou que esta opção é adequada à atual situação epidemiológica e garante o atendimento e encaminhamento automático para o acesso à prescrição “sem os constrangimentos de espera”.
Questionada pelos jornalistas sobre o aumento de casos Covid-19, disse que tal aumento “era expectável”, remetendo para o último relatório de monitorização epidemiológica e sequenciação genómica elaborado pelo Instituto Ricardo Jorge, que mostra “um aumento de uma das linhagens da variante Ómicron que tem um crescimento bastante significativo, sendo já de 37% a prevalência, e que poderá atingir os 80% a 20 de maio”.
“É expectável que tenhamos ainda algum crescimento. Estamos a acompanhar a situação com os peritos”, acrescentou.
A ministra lembrou ainda que o Governo sempre disse que as medidas definidas eram “evolutivas e proporcionais em função da situação”, exemplificando: “Hoje estamos numa instituição de saúde, num intervalo entre dois edifícios [ao ar livre] e estamos todos de máscara. Cada um tem de avaliar a situação e proteger-se e proteger os outros”.
“As medidas que hoje temos estão definidas para um horizonte temporal ao longo do qual continuaremos a acompanhar a evolução da situação epidemiológica”, disse a governante, sublinhando: “Neste momento, o impacto da doença (…) é totalmente diferente”.
Questionada sobre a hipótese de dar um passo atrás nas medidas de proteção, designadamente regressar ao uso de máscara em espaços públicos, respondeu: “Não está nenhuma hipótese fora de discussão, mas muito provavelmente conseguiremos, com a ajuda de todos, ultrapassar também esta fase de crescimento de casos”.
Disse igualmente que o Governo não tem qualquer indicação de que haverá impacto desta linhagem da variante Ómicron sobre a gravidade da doença, frisando que “isso é um aspeto muito importante”.
A ministra insistiu ainda na importância da auto responsabilização, lembrando que “não está proibido o uso de máscaras”: “o que deixou de existir foi a obrigatoriedade legal de utilização de máscaras em determinados espaços”.
“Como em relação a outras doenças, isto implica também uma cultura de responsabilidade dos cidadãos, da sociedade, de avaliação e de adaptação de comportamentos e creio que podemos contar com os portugueses para isso”, afirmou.
A titular da pasta da Saúde foi ainda questionada sobre a hipótese de poder antecipar o reforço da vacinação Covid-19 para as pessoas com mais de 80 anos – que tinha dito que seria antes do outono/inverno -, referindo que ainda não há decisão.
“A antecipação daquilo que era a prioridade inicialmente definida pode acontecer porque a situação epidemiológica está a evoluir e porque temos mais dados e mais informação”, disse.
LUSA/HN
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