Insulina em spray poderá atrasar início de Alzheimer

14 de Maio 2022

O uso de insulina na forma de spray nasal poderá atrasar o aparecimento de Alzheimer e outros tipos de demência relacionadas com a idade em pessoas com e sem diabetes tipo 2.

Os dados são de um estudo realizado pelo hospital “Beth Israel Deaconess Medical Center” (BIDMC), nos Estados Unidos, publicado recentemente no “Journal of Neurology”.

 Nos pacientes com diabetes tipo 2, o uso da insulina intranasal trouxe melhorias ao nível da velocidade da marcha e do fluxo sanguíneo cerebral, além de diminuir a insulina no sangue. Nos participantes sem diabetes, ou com pré-diabetes, os investigadores registaram melhorias na memória verbal e na capacidade de tomar decisões.

 “A velocidade da marcha é um importante preditor clínico de bem-estar nos idosos, que se correlaciona com declínio cognitivo, hospitalizações, incapacidade e morte. Na linha de base, os participantes com diabetes andavam mais devagar e tinham pior cognição do que os participantes sem diabetes, que serviram como referência clínica para o envelhecimento normal da população”, referiu uma das investigadoras responsáveis pelo estudo, Vera Novak.

 O estudo foi realizado com 223 participantes com idades compreendidas entre 50 e 85 anos, com e sem diabetes. Os investigadores trataram os pacientes com insulina intranasal e, depois de 24 semanas, avaliaram a velocidade de marcha, atenção, humor, função executiva e memória. Alguns participantes também receberam placebo via intranasal para comparação dos resultados.

 O objetivo da insulina intranasal é enviar a hormona diretamente para o cérebro, mas o spray não substituiria a insulina comum em pacientes diabéticos. Inclusivamente, os cientistas registaram melhorias mais significativas nos pacientes que iniciaram o tratamento na fase de pré-diabetes.

 Sabe-se que a falta de produção de insulina pode ser responsável por um maior risco de Alzheimer em pessoas com pré-diabetes ou diabetes, e que a insulina atua sobre o cérebro. Em estudos anteriores, a insulina já tinham mostrado potencial para tratar o declínio cognitivo nos mais velhos.

 De acordo com Long Ngo, professor da Escola de Medicina de Harvard e principal autor do estudo, a estratégia de usar a insulina intranasal merece mais atenção e deve ser estudada em pesquisas maiores para que os seus efeitos benéficos sejam confirmados.

 Mais informação em:
Journal of Neurology: doi.org/10.1007/s00415-022-11119-6

 

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