Estados Unidos reportam um caso de infeção pelo vírus Monkeypox

19 de Maio 2022

Os Estados Unidos reportaram esta quarta-feira um caso de infeção pelo vírus Monkeypox e as autoridades de saúde estão a investigar se o contágio está relacionado com vários casos registados na Europa, incluindo Portugal.

O caso foi identificado do estado de Massachusetts, num homem que viajou recentemente para o Canadá, noticiou a agência Associated Press (AP).

O vírus Monkeypox é do género Ortopoxvírus (o mais conhecido deste género é o da varíola) e a doença é transmissível através de contacto com animais, ou ainda contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados.

A doença é rara e, habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos, estando limitada ao continente africano e os outros casos são normalmente associados a viagens para África.

Embora este seja o único caso conhecido este ano nos Estados Unidos, os Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) admitem a possibilidade de existirem “mais casos”.

Esta infeção descoberta nos EUA não representa risco para a população e o doente está hospitalizado, mas em boa condição de saúde, acrescentaram as autoridades norte-americanas.

O homem viajou para o Canadá no final de abril e regressou no início de maio, em meios próprios, acrescentaram.

No ano passado, os estados do Texas e Maryland relataram um caso cada, em pessoas que viajaram para a Nigéria.

Em Portugal, foram reportados esta quarta-feira 14 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, adiantou a Direção-Geral da Saúde, adiantando que estão a ser feitos inquéritos epidemiológicos para identificar cadeias de transmissão e potenciais novos casos.

Relativamente aos restantes casos suspeitos, a DGS refere que as amostras ainda serão remetidas para análise pelo INSA.

A autoridade de saúde portuguesa apela às pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, para procurar aconselhamento clínico.

Recomenda ainda que, “perante sintomas suspeitos, o indivíduo deverá abster-se de contactos físicos diretos”, explicando que “a abordagem clínica não requer tratamento específico, sendo a doença habitualmente autolimitada em semanas”.

Em declarações ao início da tarde aos jornalistas, no Porto, a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH confirmou que os cinco primeiros casos confirmados foram detetados numa clínica ligada a doenças sexualmente transmissíveis em homens jovens com idades entre os 20 e os 50 anos.

Esta é a primeira vez que é detetada em Portugal infeção pelo vírus Monkeypox.

Também o Reino Unido reportou, recentemente, casos semelhantes de lesões ulcerativas, com a confirmação de infeção por vírus Monkeypox.

LUSA/HN

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