Sistema ‘call back’ respondeu a 500 mil chamadas em maio nos centros de saúde do Norte

6 de Junho 2022

O Sistema de Atendimento e Resposta Ágil (SARA) já abrange toda a área da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e, em maio, atendeu e reencaminhou 98% das 500 mil chamadas efetuadas, foi hoje anunciado.

O diretor executivo do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACeS) do Porto Oriental, Álvaro Pereira, garantiu à Lusa que o sistema que permite devolver chamadas não atendidas que começou a funcionar em fevereiro naquele ACeS, “já abrange toda a região”.

“Em maio, a ARS [Norte] como um todo, recebeu 500 mil chamadas, em números redondos, e atendeu 98% delas”, revelou Álvaro Pereira.

A aplicação, disponibilizada por uma empresa sueca, substitui o atendimento presencial por uma gravação que coloca à disposição do utente um conjunto de opções, tais como marcação de consulta do dia ou consulta programada ou renovação receitas, entre outros.

Quando a opção é selecionada pelo utente, a aplicação procede então à gravação do número que fez o contacto, gerando depois uma tarefa – ordenada pela hora da chamada e pelo motivo.

“Estamos a resolver um problema crucial e identificado há muito tempo nos serviços de saúde, que é o não atendimento do telefone”, enfatizou o responsável sobre o sistema hoje apresentado no Porto, numa cerimónia que contou com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido.

Álvaro Pereira esclareceu que “houve 500 mil chamadas para a ARS que entraram no sistema de devolução de chamadas e foram, posteriormente, devolvidas pelo centro de saúde”.

Para o responsável, os números hoje apresentado “superam a expectativas”.

“O objetivo inicial foi aumentar a percentagem de atendimento. Neste momento é um valor que, não sendo 100%, é francamente positivo e que vem de encontro ao que achamos, que o problema é que as centrais estão obsoletas, têm entradas únicas e que não constituem uma ferramenta”.

Quando o projeto arrancou, em fevereiro, Álvaro Pereira referiu à Lusa que a “taxa de eficácia de atendimento [nos centros de saúde] era de 10% a 20%”.

Álvaro Pereira confirmou, entretanto, que o projeto “está a arrancar noutras regiões” do país.

LUSA/HN

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