Sindicato de funcionários da ASAE critica falta de estratégia do inspetor-geral

7 de Junho 2022

A Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF) chamou hoje a atenção para a situação que se vive no organismo resultante do desinvestimento, de constrangimentos orçamentais e da ausência de estratégia do inspetor-geral.

Em comunicado, a propósito do Dia da Segurança Alimentar que hoje se assinala, a Associação Sindical dos Funcionários da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASF-ASAE) destacou as dificuldades da ASAE, que “comprometem o cumprimento da sua missão”, e sublinhou que o organismo tem vindo a perder capacidade de resposta pela ausência de estratégia do atual inspetor-geral, Pedro Gaspar Portugal.

De acordo com a Associação, o inspetor-geral tem levado o “organismo a definhar, iniciando o seu mandado em 2013 com a extinção das áreas de especialização onde se inclui a área de Segurança Alimentar, à data composta por um conjunto de colaboradores – inspetores e pessoal técnico de apoio – que apostaram durante anos na sua formação e que se viram obrigados a realizar ações de fiscalização em matérias tão diversas como a fiscalização de parques infantis ou mesmo pneus ou brinquedos”.

A ASF destacou também a existência de um ”desinvestimento na área da formação, assistindo-se à diminuição das ações de formação, quer em número quer em qualidade, existindo anos em que foi praticamente inexistente para alguns colaboradores, continuando a aumentar o número de matérias a fiscalizar dispersas em cerca de 1.200 diplomas legais”.

A Associação considerou igualmente que o Laboratório de Segurança Alimentar da ASAE, composto por colaboradores especializados, tem vindo a perder capacidade de execução por falta de meios financeiros.

“É incompreensível e altamente lesivo para o cumprimento da Missão da ASAE que, por falta de reagentes, meios de cultura e outros consumíveis básicos em qualquer laboratório cientifico, não possa ser uma mais-valia técnica para a ASAE, recorrendo esta cada vez com mais frequência a laboratórios privados”, sublinhou a ASF-ASAE.

No entendimento da ASF, existe uma “clara suborçamentação na ASAE que ao longo de nove anos o Inspetor-Geral, Pedro Portugal Gaspar não conseguiu inverter, passando de orçamentos na casa dos 30 milhões de euros nos primeiros anos de existência da ASAE para orçamentos inferiores a 20 milhões de euros€”.

Para Associação, estes orçamentos têm “repercussões diretas na diminuição drástica no seu Plano de Formação anual, redução de meios para o funcionamento dos laboratórios e de ações de fiscalização ou investigação e ainda na diminuição dos meios básicos necessários à sua atividade, com diminuição/degradação do parque automóvel, meios informáticos ou manutenção de instalações”.

A ASF destaca igualmente estar preocupada com a situações de intoxicação alimentar, em escolas, jardins-de-infância e lares de idosos, pela dificuldade de acompanhamento e resposta célere da ASAE.

“No dia em que se comemora o Dia da Segurança Alimentar espera-se que a direção da ASAE através do seu representante máximo, Inspetor-Geral Pedro Portugal Gaspar, venha aproveitar a ocasião para transmitir a verdadeira realidade decadente em que se encontra o Organismo, invertendo o caminho que trouxe a este declínio da ASAE e em concreto em matéria de Segurança Alimentar”, sublinha a ASF.

Na nota, a Associação pede ainda um reforço sério e urgente na ASAE no seu quadro de pessoal, devidamente formado e especializado, “com recursos adequados que permitam um serviço público de excelência”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ULS de Braga celebra protocolo com Fundação Infantil Ronald McDonald

A ULS de Braga e a Fundação Infantil Ronald McDonald assinaram ontem um protocolo de colaboração com o objetivo dar início à oferta de Kits de Acolhimento Hospitalar da Fundação Infantil Ronald McDonald aos pais e acompanhantes de crianças internadas nos serviços do Hospital de Braga.

DE-SNS mantém silêncio perante ultimato da ministra

Após o Jornal Expresso ter noticiado que Ana Paula Martins deu 60 dias à Direção Executiva do SNS (DE-SNS) para entregar um relatório sobre as mudanças em curso, o HealthNews esclareceu junto do Ministério da Saúde algumas dúvidas sobre o despacho emitido esta semana. A Direção Executiva, para já, não faz comentários.

FNAM lança aviso a tutela: “Não queremos jogos de bastidores nem negociatas obscuras”

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse esta sexta-feira esperar que, na próxima reunião com o Ministério da Saúde, “haja abertura para celebrar um protocolo negocial”. Em declarações ao HealthNews, Joana Bordalo e Sá deixou um alerta à ministra: ” Não queremos jogos de bastidores na mesa negocial. Não queremos negociatas obscuras.”

SNE saúda pedido de relatório sobre mudanças implementadas na Saúde

O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) afirmou, esta sexta-feira, que vê com “bons olhos” o despacho, emitido pela ministra da Saúde, que solicita à Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) um relatório do estado atual das mudanças implementadas desde o início de atividade da entidade.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights