Monkeypox: DGS divulga cuidados a ter em eventos antes e após contactos sexuais

18 de Junho 2022

A Direção-Geral da Saúde (DGS) quer que empresas, organizações de eventos ou grupos informais sensibilizem os participantes sobre a infeção pelo vírus 'Monkeypox', recomendando cuidados específicos a ter, inclusive durante e após contactos sexuais.

A forma de apresentação e disseminação da infeção sugere que a transmissão esteja a acontecer por contacto próximo, incluindo relações sexuais, refere a DGS, adiantando que os casos notificados no atual surto foram na sua maioria detetados em homens que têm sexo com homens, embora a transmissão também tenha sido documentada noutras pessoas.

Portugal registou mais 35 casos de infeção pelo vírus ‘Monkeypox’, elevando para 276 o total de pessoas infetadas, todos homens que se encontram clinicamente estáveis, referiu hoje a DGS.

Segundo a informação divulgada pela autoridade de saúde, eventos públicos, privados e viagens, facilitaram a transmissão de infeções, mas estes eventos “poderão ser oportunidades para sensibilizar os participantes e transmitir informação, ao mesmo tempo que se podem desenvolver medidas de prevenção e higienização para reduzir riscos nesses contextos”.

Para a DGS, “os parceiros comunitários são essenciais para garantir uma comunicação eficaz e atempada, adequada ao público a envolver, identificar as principais mensagens de prevenção e promoção da saúde e o alinhamento entre todos os envolvidos, para identificar rumores/desinformação e ajudar a melhorar o conhecimento sobre a infeção, e para facilitar a adesão às medidas de proteção”.

Entre o conteúdo das ‘mensagens chave’ a transmitir, a DGS refere que a infeção por Monkeypox caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na pele ou mucosas, que podem ser localizadas numa determinada região do corpo ou generalizadas, atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital.

O surgimento de sintomas deve motivar a procura de aconselhamento e avaliação médica e deve evitar-se o contacto físico próximo, incluindo relações sexuais.

“O contacto físico próximo é a principal forma de transmissão. Uma relação sexual pode envolver risco. Relações sexuais com múltiplos parceiros/as aumentam o risco”, destaca a DGS.

A utilização do preservativo é importante para prevenir a transmissão do VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), mas não oferece proteção eficaz para o vírus Monkeypox, alerta ainda na informação.

Entre as medidas a adotar “antes, durante e após” os eventos, a DGS recomenda que seja desincentivada a participação em caso da existência de sintomas e que os organizadores considerem o envio de informação prévia aos participantes, através das redes sociais ou no momento da inscrição.

A DGS aconselha também formar os trabalhadores e funcionários sobre os sinais e sintomas mais comuns de infeção e sobre o aconselhamento a dar a casos suspeitos, bem como dispensar os funcionários/voluntários que apresentem sintomas.

Entre as sugestões, a autoridade de saúde quer que os organizadores incentivem os participantes a “guardar os contactos das pessoas com quem mantiverem contacto físico próximo, incluindo relações sexuais, caso seja necessário identificá-los posteriormente”.

Entre as recomendações de higiene, a DGS aconselha que “se existir roupa de cama, deve ser mudada após utilização por um novo participante/cliente”.

“Essa roupa deve ser manipulada por funcionários de limpeza que utilizem luvas e máscaras e lavada a mais de 60 graus centígrados. Após manipulação da roupa, deve retirar-se as luvas e lavar/higienizar as mãos”, pode ler-se.

A informação da autoridade de saúde adverte também contra a estigmatização da doença, tendo em conta que “a maioria dos casos até agora foram reportados em homens que têm sexo com homens”.

“O estigma e o medo podem dificultar as respostas em matéria de saúde pública, pois podem fazer com que as pessoas escondam a sua doença e são barreiras de acesso aos cuidados de saúde”, alerta a DGS.

Entre os conselhos para mitigar a estigmatização, a autoridade de saúde pede que se utilize “uma linguagem respeitosa e inclusiva” e que se transmitam “os factos de forma clara e acessível”.

De acordo com as autoridades de saúde, a manifestação clínica da ‘Monkeypox’ é geralmente ligeira, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar da doença em poucas semanas.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios, exaustão, evoluindo para erupção cutânea.

O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21 e, quando a crosta das erupções cutâneas cai, a pessoa infetada deixa de ser infecciosa.

Portugal vai receber 2.700 doses das vacinas contra o vírus ‘Monkeypox’ adquiridas pela Comissão Europeia, confirmou recentemente a DGS, que está a elaborar uma norma técnica que definirá a forma como serão utilizadas.

NR/HN/LUSA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

TOP Health Awards 2025: Conheça os Finalistas da 2ª Edição

Os TOP Health Awards 2025 anunciaram os 12 finalistas da sua 2ª edição, destacando projetos inovadores nas áreas de Literacia em Saúde, Integração de Cuidados, Tecnologia e Dados, e Diversidade, Equidade e Inclusão. A cerimónia de entrega de prémios ocorrerá a 27 de março na Associação Comercial de Lisboa, reunindo os principais stakeholders do setor da saúde em Portugal.

Jornadas abordam Sono da Mulher no Hospital CUF Tejo

Com o intuito de partilhar conhecimentos sobre distúrbios do sono entre os profissionais de saúde, a Unidade do Sono Hospital CUF Tejo e a Unidade do Sono do Hospital CUF Descobertas, em conjunto com a CUF Academic Center, preparam-se para realizar as “V Jornadas do Sono CUF”.  Nesta quinta edição das Jornadas, agendadas para os dias 4 e 5 de abril, no Hospital CUF Tejo, o foco da discussão será o sono da mulher.

Fundação Grünenthal abre candidaturas para bolsas e prémios na área da dor

A Fundação Grünenthal anunciou a abertura de candidaturas para três iniciativas que visam promover a investigação e a prática clínica na área da dor. Entre os apoios, destacam-se uma bolsa de 8.000€ para investigadores e dois prémios, também no valor de 8.000€ e 2.000€, para trabalhos clínicos e de gestão da dor em ortotraumatologia. As candidaturas decorrem até 30 de abril de 2025.

Cirurgia robótica da Vinci cresce 43% em Portugal em 2024

A cirurgia robótica da Vinci registou um crescimento de 43% em Portugal em 2024, com mais de 3 mil procedimentos realizados. Na Península Ibérica, a faturação superou os 150 milhões de euros, refletindo a expansão desta tecnologia no SNS e em hospitais privados.

HUG Café inaugura no iCBR-FMUC para promover inclusão de jovens autistas

O HUG Café, um projeto de inovação social da APPDA Coimbra em parceria com a Universidade de Coimbra, abriu portas no iCBR-FMUC. O espaço promove a inclusão profissional de jovens autistas, integrando três elementos no seu staff e oferecendo um ambiente acolhedor para a comunidade local.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights