Pescadores do Norte garantem sardinha “abundante e de qualidade” para o S. João

18 de Junho 2022

Os pescadores do Norte do país garantiram hoje que “há sardinha em abundância e de boa qualidade” para as tradicionais festas de S. João, notando um aumento na procura em relação aos últimos dois anos, condicionados pela pandemia.

“Tem havido sardinha de qualidade, e com sinais claros de abundância. O tamanho nesta altura do ano ainda não é o ideal, mas já tem muito sabor e gordura suficiente para ‘pingar’ no pão. Ainda hoje as comi e estavam ótimas”, garantiu à agência Lusa Agostinho Mata, presidente da Propeixe.

O líder desta cooperativa de produtores de peixe do Norte, que engloba dezenas de embarcações na região, prometeu “sardinha suficiente para umas grandes festas de S. João à boa maneira do norte” e notou uma maior procura por este pescado em comparação com os últimos anos, marcados pela pandemia de covid-19.

“Tem havido mais procura, não só para o consumo normal como para as conserveiras. Isso tem pressionado o mercado o que é bom para nós. As lotas têm estado bem movimentadas e o preço pago tem sido justo em relação à qualidade do peixe”, partilhou.

Ainda assim, e reconhecendo que as vendas “têm sido melhores que anos anteriores com a covid-19”, Agostinho Mata lembra as dificuldades por que passa o setor devido ao aumento do preço dos combustíveis.

“Tem sido horrível para nós, e com um impacto enorme nas nossas contas. Estamos a vender o produto ao preço normal, que não cobre a despesa extra com o aumento do gasóleo”, lamentou.

O líder da Propeixe espera que a situação dos aumentos do combustível “não se mantenha por muito mais tempo”, vincando que está a “ser muito prejudicial para pesca”, e deixando um apelo aos governantes.

“Se não disponibilizarem mais ajuda, vai ser muito complicado manter a atividade rentável. Têm de ter mais atenção para este setor primário, que é base de tudo”, alertou Agostinho Mata.

O embalo das vendas para as festas dos santos populares e a perspetiva de um verão com mais consumo têm ajudado a minimizar o aumento dos custos de produção, que, ainda assim, se continuarem, podem tornar a situação “rapidamente insustentável”.

NR/HN/LUSA

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