Reino Unido vai disponibilizar vacinas contra o vírus Monkeypox para gays e homens bissexuais

22 de Junho 2022

O Reino Unido vai começar a disponibilizar vacinas a alguns homens que fazem sexo com outros homens e correm um risco maior de contrair o vírus ‘Monkeypox’, divulgaram esta terça-feira as autoridades de saúde britânicas.

Os especialistas estão a considerar a vacinação em alguns homens com maior risco de exposição à infeção humana pelo vírus ‘Monkeypox’, referiu a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, em comunicado.

Esta agencia identificou como grupo de maior risco os homens que fazem sexo com outros homens e que têm múltiplos parceiros, participam em sexo em grupo ou frequentam locais onde o sexo ocorre nas instalações.

“Ao expandir a oferta de vacinas para aqueles em maior risco, esperamos quebrar as cadeias de transmissão e a ajudar a conter o surto”, salientou a responsável de imunização da agência britânica de segurança sanitária, Mary Ramsay.

No mês passado, um importante conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) realçou que o surto de ‘Monkeypox’ fora do continente africano deverá ter-se espalhado pela atividade sexual de homens em ‘raves’ em Espanha e Bélgica.

Anteriormente, as vacinas estavam disponíveis apenas para profissionais de saúde que cuidavam de pacientes infetados ou para empregados de limpeza que desinfetam áreas contaminadas pelo vírus.

A vacina foi originalmente desenvolvida para a varíola, uma doença relacionada, mas acredita-se que seja cerca de 85% eficaz contra a doença conhecida como a varíola dos macacos.

Até o momento, mais de 99% dos casos de ‘Monkeypox’ no Reino Unido ocorreram entre os homens, e a maioria deles ocorre em homens gays, bissexuais ou que fazem sexo com homens.

Os cientistas alertam que qualquer pessoa que esteja em contato físico próximo com alguém infetado com varíola ou com as suas roupas ou lençóis corre o risco de contrair a doença, independentemente da sua orientação sexual.

Atualmente, existem 793 casos de ‘Monkeypox’ no Reino Unido, entre mais de 2.100 casos em 42 países em todo o mundo. Não foi relatada nenhuma morte fora de África.

Portugal registou esta terça-feira mais sete novos casos de infeção humana por vírus ‘Monkeypox’, o que faz com o que o número total tenha aumentado para 304 pessoas infetadas, de acordo com dados da Direção-geral da Saúde (DGS).

Até ao mês passado, a ‘Monkeypox’ só tinha causado surtos consideráveis na África Central e Ocidental, sendo que o continente africando relatou até agora mais de 1.500 casos e 72 mortes suspeitas, numa epidemia separada.

As vacinas nunca foram usadas em África para controlar a varíola dos macacos.

Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, descreveu a disseminação contínua do ‘Monkeypox’ em países que nunca viram a doença como “incomum e preocupante”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus convocou uma reunião de especialistas para quinta-feira, para decidir se o surto em expansão deve ser declarado uma emergência global.

De acordo com as autoridades de saúde, a manifestação clínica da ‘Monkeypox’ é geralmente ligeira, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar da doença em poucas semanas.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios, exaustão, evoluindo para erupção cutânea.

O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21 e, quando a crosta das erupções cutâneas cai, a pessoa infetada deixa de ser infecciosa.

Portugal vai receber 2.700 doses das vacinas contra o vírus ‘Monkeypox’ adquiridas pela Comissão Europeia, confirmou recentemente a DGS, que está a elaborar uma norma técnica que definirá a forma como serão utilizadas.

LUSA/HN

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