Há poucos dias voltamos da reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizada presencialmente em Chicago (EUA), e entre os diversos temas discutidos ouvimos, e muito, sobre o benefício da biópsia líquida para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de diferentes tipos de cancro.

Foram apresentados trabalhos realizados com doentes com tumores de mama e colorretal, que serviram para validar o uso desse exame complementar, ampliando a informação genética dos tumores e agilizando a tomada de decisão clínica. Saber como o tumor evolui ou quão heterogéneo é, é essencial para tratar corretamente cada doente, melhorar a sua qualidade de vida e reduzir ao máximo a toxicidade associada a cada terapia.

Para quem não conhece os testes genómicos ou moleculares em biópsias líquidas, estes são realizados através da extração e análise de uma amostra de sangue do doente, que contém ADN tumoral circulante. É uma alternativa naquelas situações em que não é possível realizar uma biópsia de tecido, que por vezes pode ser invasiva e desconfortável para o doente. Isso ocorre, por exemplo, quando o tumor está numa área inacessível ou não rastreável; quando há risco de danos ao doente ou porque a amostra de tecido foi colhida há muito tempo e está deteriorada.

Dessa forma, muitas informações podem ser extraídas de um tumor, especialmente quais as terapêuticas que funcionarão melhor. E, ao mesmo tempo, eliminar da lista aquelas que não serão eficazes, evitando toxicidades desnecessárias, além de um gasto para o sistema de saúde.

Um exemplo desse estudo genómico em biópsia líquida, que pode ser facilmente encontrado é o OncoSELECT. Um teste molecular desenvolvido pela OncoDNA que abrange 58 genes e biomarcadores com relevância clínica em todos os tipos de tumores sólidos. É uma ferramenta renovada que nos põe um passo mais à frente no caminho cada vez mais conhecido da medicina personalizada. Permitindo identificar as alterações que deram origem ao tumor, selecionar tratamentos mais específicos e adequados para cada caso, especialmente naqueles casos em que as terapias não obtiveram sucesso nos seus estadios iniciais.

Desta forma, melhoramos a agilidade e a rapidez na tomada de decisões e alargamos o leque de ação, pois graças a estes testes e à informação que nos fornecem há mais possibilidades de fazer um rastreio antes de participar num ensaio clínico. Um novo cenário em que já atuamos há algum tempo, embora com recursos limitados que deveriam estar disponíveis para todos.