Antigo hospital de Viana do Castelo vai reabrir como Unidade de Cuidados Continuados

1 de Julho 2022

O antigo hospital de Viana do Castelo, desativado há mais de 38 anos e propriedade da Misericórdia, vai ser transformado em Unidade de Cuidados Continuados (UCC), num investimento de um grupo privado, revelou hoje o provedor da Santa Casa.

Em declarações à agência Lusa, Mário Guimarães adiantou que o contrato entre a instituição e Hospital Particular de Viana do Castelo – Grupo Saúde, foi celebrado em abril, por 25 anos, e prevê a instalação e equipamento de uma UCC no antigo hospital da cidade, situado na Praça da República, no centro histórico.

O antigo hospital foi construído em 1589 e foi desativado em 1984, quando entrou em funcionamento o hospital de Santa Luzia, no sopé do monte com o mesmo nome. Após aquela transferência, a Misericórdia realizou obras de requalificação do edifício situado junto aos Paços do Concelho.

O hospital de Santa Luzia começou a ser construído em 1976. Foi inaugurado em janeiro de 1984. É gerido pela Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM), criada em 2009.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo acrescentou que “o grupo privado fica responsável pelo processo de licenciamento, instalação e apetrechamento da UCC, pagando uma renda mensal à Santa Casa, acordada entre as duas partes”, mas cujo valor não quis revelar.

Mário Guimarães referiu que “o contrato prevê um período de dois anos para a execução das obras, sendo que “o hospital particular já está com o processo em andamento”.

“Havia da parte da Santa Casa vontade em encontrar uma solução. Foram equacionadas algumas situações. Felizmente, com o apoio da Câmara de Viana do Castelo, [a solução] vem resolver a desocupação de um espaço situado numa zona tão bonita da cidade com a instalação de uma unidade que vai ao encontro da missão e valores da Santa Casa. A mesa administrativa da instituição viu com bons olhos esta parceria, até por contribuir para a sustentabilidade da Misericórdia”.

A Lusa contactou a administração do Hospital Particular de Viana do Castelo – Grupo Saúde para obter mais informação sobre o investimento, mas ainda sem sucesso.

Atualmente, o hospital particular tem uma unidade com sete pisos, três dos quais para internamento, com capacidade total de 48 camas, empregando 150 funcionários, integrados nos quadros, a que acrescem 150 colaboradores.

O hospital particular de Viana do Castelo, inaugurado em 2004, detém ainda uma unidade de saúde em Barcelos, no distrito de Braga, outra em Ponte de Lima com consultas, radiologia e serviço de fisioterapia, uma clínica de ambulatório em Valença, uma clínica de gastroenterologia em Viana do Castelo e um polo de fisioterapia em Vila Praia de Âncora, Caminha.

Na quarta-feira, a Câmara de Viana do Castelo decidiu, por unanimidade, isentar do pagamento do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas (IMT) a construção pelo mesmo grupo de um novo hotel sénior e hospital de ambulatório que vai criar 60 postos de trabalho.

A proposta refere que à isenção de IMT “corresponderá o valor estimado de 81.636,75 euros”, e justifica a sua atribuição “face à relevância do investimento e à criação de postos de trabalho”.

Na altura, contactado pela Lusa, o diretor adjunto operacional do Hospital Particular de Viana do Castelo – Grupo Saúde, Duarte Antunes, adiantou que “o investimento total ascende a 10 milhões de euros, valor que inclui o apetrechamento do hotel e da unidade de ambulatório”.

O responsável adiantou que, “inicialmente, vão ser criados 60 postos de trabalho, mas quando as duas infraestruturas entrarem em pleno funcionamento, a previsão é a de que aquele número atinja os 120, entre postos de trabalho diretos e indiretos”.

Duarte Antunes acrescentou que as obras deverão começar no primeiro trimestre de 2023, estimando a abertura do hotel sénior e da unidade de ambulatório para finais de 2024, início de 2025.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SIM defende manutenção de regras para concurso nacional de médicos

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) fez um apelo ao Ministério da Saúde para que sejam mantidas as atuais regras do concurso nacional para a colocação de médicos nas especialidades de Medicina Geral e Familiar (MGF) e Saúde Pública (SP) até 2023. 

MAIS LIDAS

Share This