Estudo usa larvas para avaliar novo combate à malária em Moçambique

7 de Julho 2022

Uma pesquisa está a usar larvas de mosquito para estudar a resistência aos inseticidas usados contra a malária na província de Gaza, sul de Moçambique, anunciaram esta quinta-feira os autores do estudo.

“O estudo consiste na colheita de larvas de mosquito nos postos sentinela estabelecidos pelo Programa Nacional do Controlo da Malária e no crescimento das mesmas no insetário de Xai-Xai, até à sua fase adulta, antes de serem submetidas a vários testes de suscetibilidade”, refere um comunicado divulgado hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das entidades envolvidas na pesquisa.

O objetivo destes exercícios é de monitorizar a resistência dos mosquitos aos inseticidas usados em saúde pública, diz a nota.

Alfa Moiane, biólogo e responsável provincial do programa da Malária na província de Gaza, afirmou que as larvas são recolhidas em três pontos sentinela.

“No âmbito da prevenção e controlo da malária, uma das principais intervenções do controlo vetorial é a pulverização intradomiciliária”, assinalou Moiane, citado na nota.

A pesquisa, prosseguiu, é orientada através da resistência a esses inseticidas.

Sónia Trigo, ponto focal de Saúde Pública e Ambiente da OMS em Moçambique, que participou numa das ações de recolha de larvas em Gaza, afirmou que os resultados dos testes de suscetibilidade servirão para ajudar o Programa Nacional de Combate à Malária na tomada de decisão sobre “a seleção do inseticida” a ser usado na pulverização intradomiciliaria e no tipo de redes.

De acordo com a OMS Moçambique, o estudo é parte do projeto AFRO II para prevenção e controlo de doenças, que arrancou em 2018 e termina em dezembro.

Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de dezembro de 2021, Moçambique é um dos seis países da África subsaariana em que se concentra mais de metade de todos os casos de malária no mundo: são eles Nigéria (27% dos casos mundiais), República Democrática do Congo (12%), Uganda (5%), Moçambique (4%), Angola (3,4%) e Burkina Faso (3,4%).

LUSA/HN

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