Câmara de Viseu lamenta existência de USF desocupada e dez mil utentes sem médico

8 de Julho 2022

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), lamentou hoje que os serviços de saúde não ocupem o edifício reabilitado para acolher uma Unidade de Saúde Familiar (USF), quando há 9.811 utentes sem médico de família na cidade.

“É inacreditável que não haja condições para abrir uma USF ao mesmo tempo que temos 10 mil cidadãos de Viseu sem médico de família. Ninguém entende”, disse Fernando Ruas aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário.

A reabilitada Casa das Bocas – um edifício do século XVII, situado na Rua João Mendes – está pronta para albergar a nova USF, prevista num protocolo assinado entre a Câmara de Viseu e o Ministério da Saúde.

Com a intenção de “agitar as águas”, Fernando Ruas, a vereadora da Saúde, Mara Almeida, e o administrador executivo da Viseu Novo SRU, Jorge Martins, visitaram recentemente o edifício acompanhados pela comunicação social, mas o impasse mantém-se.

“Até agora, toda a gente se fechou em copas. Não temos nenhuma reação das entidades de saúde, nem a nível central, nem a nível local”, criticou.

O autarca social-democrata lembrou que a autarquia gastou “mais de 2,5 milhões de euros” na requalificação do edifício e que a obra foi feita “num tempo relativamente aceitável”, começada em fevereiro de 2020 e concluída no final de 2021.

A empreitada contou com financiamento de fundos europeus e foi considerada uma das obras estruturantes na estratégia de revitalização do centro histórico.

Há cerca de uma semana, meia centena de médicos e utentes do Serviço Nacional de Saúde mostraram a sua perplexidade relativamente ao número de vagas abertas para médicos de família em Viseu, apesar da carência sentida na região.

Durante uma vigília no Rossio, foi exibida uma faixa com o motivo da sua indignação: “3 vagas para 11.716 utentes sem médico de família” no Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões.

Destes 11.716 utentes, 9.811 são na cidade de Viseu, para onde “não abriu qualquer tipo de vaga”, explicou uma das médicas que organizou a vigília.

LUSA/HN

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