Padel, o “bichinho” inclusivo que se ‘pega’ está a ser celebrado em Coimbra

9 de Julho 2022

O padel está hoje a ser celebrado em Coimbra, onde decorre o Campeonato Nacional Adaptado, que junta pessoas de diversas idades e diferentes limitações, em torno de uma modalidade “que se transmite mais do que a covid-19”.

“Este é um bichinho que se pega e é pior do que a covid-19. Comecei a praticar há sete ou oito anos e ‘arrastei’ os meus filhos para o padel”, destacou Américo Cara d’Anjo, vice-presidente da Associação de Padel Sem Barreiras.

Américo Cara d’Anjo é pai do Miguel, que tem 20 anos, é portador de trissomia 21 e campeão nacional de padel adaptado.

“O Miguel sonha com isto todos os dias, vê-se que é feliz em campo. Está sempre a perguntar se já é sábado, pois é o dia da semana em que tem treinos”, referiu.

Miguel Cara d’Anjo ouve atentamente o pai, enquanto se prepara para entrar para a sua terceira partida, depois da sua dupla ter vencido as duas primeiras.

“Gosto muito de correr e bater a bola: é divertido!”, destacou com um sorriso largo, apressando-se a acrescentar que é o que mais gosta de fazer.

O padel entrou na sua vida há cinco anos e tem-no levado a conhecer diferentes cidades, a socializar e a criar novas empatias, embora continue a ser uma atividade de família.

Com regularidade faz dupla com o pai e é habitual dar “uma coça” à dupla composta pelo irmão e um amigo.

Embora o pai seja “o treinador de serviço”, Tiago Ferreira é o treinador oficial do Miguel e de outros 24 atletas.

“Ia ser angariador de pessoas para a modalidade e acabei treinador, depois de fazer um curso em Espanha, em 2016. Temos atletas que já ganharam várias competições, mas o mais importante é participarem e superarem-se”, indicou.

Inês Gaidão é um desses exemplos de superação, pois começou a jogar padel numa cadeira de rodas, há cerca de cinco anos, e agora pratica a modalidade apoiada numa muleta.

“Não consigo estar parada, o padel é a minha paixão”, frisou.

Uma paixão transversal às duas dezenas de atletas que, durante o dia de hoje, participam no Campeonato Nacional de Padel Adaptado, a decorrer no Star Padel Coimbra.

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente da Federação Portuguesa de Padel, Luís Centeno Cardoso, explicou que se trata do terceiro Campeonato de Padel Adaptado a decorrer em Portugal, o primeiro fora de Lisboa.

“O padel adaptado é uma aposta importantíssima para a Federação. Temos quatro níveis, consoante as habilidades e a destreza dos atletas. Nos três primeiros níveis, as duplas têm um treinador a ajudar, enquanto no quarto nível, como é mais avançado, já não é necessário”, descreveu.

Luís Centeno Cardoso revelou que a federação não faz qualquer distinção na organização dos campeonatos nacionais de padel ou padel adaptado, optando pelos mesmos prémios e equipamentos.

“Achamos que o padel funciona muito bem como fator inclusivo e de integração social. Em Portugal, o padel continua a crescer, em diferentes categorias, quer na vertente masculina, quer feminina”, apontou.

No seu entender, é uma modalidade “muito social”, em que podem jogar homem e mulher, “lado a lado”.

O padel é uma modalidade com 230 mil praticantes em Portugal, contando com mais de mil campos de jogo.

A Federação Portuguesa de Padel conta com 252 clubes inscritos e 10 mil atletas federados.

LUSA/HN

1 Comment

  1. Ana carolina

    Pena na peça não dizerem os nomes dos campeões nacionais consagrados nesta edição do campeonato. Todos os atletas têm valor e não só os que um dia já foram campeões e foram selecionados para a entrevista

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